Estamos a menos de uma semana do início do Europeu. Portugal entra em campo no dia 14 de junho, frente à Islândia, e Fernando Seara perspetivou como poderá ser a campanha da equipa das quinas em França.

O conhecido comentador desportivo e adepto do Benfica, em entrevista ao Desporto ao Minuto, abordou ainda a chamada de Renato Sanches à seleção , terminando com um balanço do trabalho de Pedro Proença à frente da Liga de Clubes, órgão ao qual Fernando Seara chegou a apresentar a sua candidatura.

Renato Sanches foi chamado por Fernando Santos para o Euro 2016. Acha que, sendo um jogador tão jovem, esta chamada se justificava?

Acho que a discussão sobre a chamada de Renato Sanches à seleção é uma discussão sem sentido. Se formos ver, algumas das principais seleções que vão marcar presença neste Europeu têm jovens jogadores que estão aparecer. Temos em Inglaterra o exemplo do Marcus Rashford, na Turquia o Emre Mor, na Suíça o Embolo, e na Croácia o Ante Coric. Contudo, não acredito que o Renato seja titular, em função da qualidade que existe no meio campo da Seleção Nacional.

Acha que a chamada de Éder foi justa, quando Portugal tem outros avançados com muitos mais golos marcados ao longo da temporada?

Eu vi o Éder em três ou quatro jogos no campeonato francês e gostei do que vi. Mas ele tem claramente caraterísticas diferentes de outros avançados. O Éder é para jogar na clássica posição de 9 e Fernando Santos só o deverá usar quando mudar o 4x4x2, sistema que moldou na nossa seleção, para o 4x3x3. As seleções são feitas de acordo com os modelos de jogo que os selecionadores equacionam.

E é desta que Portugal pode conquistar o título que deixou escapar em 2004?

Acho que temos uma seleção que pode ir o mais longe possível. França joga em casa, Inglaterra tem uma grande seleção, a Alemanha também tem outra grande seleção, a Espanha outra… e a Itália tem uma equipa bastante cínica também. Portugal tem a obrigação de, pelo menos, passar o grupo, mas não podemos ignorar que depois podemos apanhar, por exemplo, a Bélgica, que tem jogadores extraordinários.

Chegou a candidatar-se à presidência da Liga de Clubes. Como tem visto o trabalho de Pedro Proença até ao momento?

Tenho visto o trabalho de Pedro Proença com bastante simpatia. A questão financeira da Liga de Clubes é a principal dor de cabeça do presidente mas ele tem sabido gerir a situação. Agora é evidente que a grande questão na Liga Portuguesa é saber quais são os clubes que devem estar envolvidos diretamente nas competições profissionais e a grande questão da próxima época desportiva é saber se a II Liga deve continuar a ser uma competição profissional, em razão dos mecanismos de financiamento do futebol português.

Esse será o grande desafio de Pedro Proença, que também tem de gerir a conflitualidade entre os grandes, algo que, na minha opinião, ainda vai aumentar. Tem também de se discutir o número de clubes que vão participar nas competições profissionais, devido à questão do Gil Vicente. Mas, no meu entendimento, o balanço, até aqui, foi positivo.