O selecionador Olímpico, Rui Jorge, mostrou-se algo incomodado com as dificuldades em elaborar a lista final para a competição que irá decorrer no Rio de Janeiro. O treinador referiu, contudo, que percebe a posição dos clubes, que têm de defender os seus interesses, mas lamentou que tivesse havido tanta dificuldade para fechar a lista e que não tivesse conseguido grande parte dos atletas dos que estavam pré-convocados.
Convocatória: Claro que é possível. Quando escolhemos os 35 jogadores, escolhemos dentro daquilo que seria ideal escolher. Atendendo às negas que levámos de alguns clubes, destes 35 apenas conseguimos 11 jogadores. Logo aí ficamos limitados na nossa escolha. Acabámos por ir procurar soluções e ainda nos foram negados oito jogadores. Não seria verdadeiro dizer que é a convocatória ideal.
18 jogador: Tem sido surreal fazer esta convocatória. Tem sido extremamente difícil. Há cerca de 40 minutos recebemos um telefonema que nos retirou um dos jogadores que já tínhamos como confirmado.
Preparação: Fazia parte da nossa intenção acompanhar parte da pré-temporada dos clubes, para perceber que tipo de trabalho estava a ser feito e adaptar o nosso trabalho. Logicamente, quando nem os jogadores que vamos convocar sabemos quem são, cai tudo por terra. Portanto, não temos a mínima ideia como vão chegar os jogadores. Vamo-nos informar e vamos tentar dignificar a nossa camisola.
Objetivos: Nunca fui, nem gosto, porque acho que não é o mais importante, falar em objetivos, é importante é o que fazemos para os conseguir. É nisso que nos vamos focar. Tentar dentro deste grupo fazer o melhor possível. Mais do que o que vamos conseguir é importante aquilo que temos de fazer. Já avisei em casa que não voltava antes de 11 de agosto? Vou à procura de mais alguma coisa, porque esse dia é só a fase de grupos.
Adversários do grupo: Este é o nosso trabalho e a nossa profissão. Conhecer as seleções adversárias é parte do nosso trabalho. A Argentina fez a sua lista de 35 e tem 22 jogadores dessa lista de 35. A Argélia tem 16. As Honduras estão em estágio com 29 jogadores. Estão lá grande parte se não todos os que conseguiram as qualificações. Não que isso faça de nós pior que os outros. Claro que vai ser difícil para qualquer seleção preparar-se com este cenário. Apenas a Colômbia está a passar por um problema semelhante ao nosso.
O que tem de mudar: A não obrigatoriedade leva a que isto aconteça. Não havendo outro tipo de regulamentação, isto pode acontecer. A mim enquanto selecionador, cabe-me encontrar o onze mais competitivo para dignificar o nosso país. É uma prova de extrema dificuldade de apuramento. Tenho certeza que há muitos jogadores angustiados por não poder disputar esta prova.
Momento do futebol luso: Ficamos muito satisfeitos. Mesmo não tendo participado ativamente, todos os portugueses ficaram extremamente satisfeitos. No futebol temos de provar diariamente e não são as conquistas de outros que nos têm de servir de motivação. Os jogadores têm de provar no treino que merecem aquele lugar.
Ausência de jogadores: Estou na pele de selecionador, mas percebo a posição dos treinadores. As justificações são várias, com umas posso concordar, outras não. Percebo o lado dos treinadores, a decisão é deles e tomam-na da melhor forma para as suas equipas. Devemos respeitá-las. Os clubes estão a defender os seus interesses, não posso criticar, mas gostava, e gosto, de ouvir um presidente dizer, como o do Belenenses, que posso levar os jogadores.
Ausência de jogadores do Benfica: Pela sua gestão, entenderam não ceder jogadores. Têm a Supertaça, ainda falta definir jogadores. Cada um tem a sua dama a defender.