Aos 22 anos, Bruma atravessa aquela que já é a melhor época da sua carreira. Depois de ter sido cedido ao Real Sociedad na temporada passada, o internacional sub-21 de Portugal tem-se mostrado em grande forma no seu retorno ao Galatasaray, contabilizando oito golos em 29 jogos disputados.

O extremo do emblema turco já foi chamado por Fernando Santos mas que nunca teve a oportunidade de jogar, nada que, assegura, o desmotiva, especialmente com o nível exibicional que vai apresentando.

Numa entrevista exclusiva ao Deporto ao Minuto, Bruma reconhece o valor da concorrência para a sua posição, mas diz acreditar que a sua hora irá chegar, "mais tarde ou mais cedo".

Insegurança? Não penso nisso todos os dias e a toda a hora, mas gostava que as coisas fossem diferentes

Leva oito golos em 29 jogos e ainda só vamos a meio da temporada. Considera que esta é a sua melhor época enquanto profissional?

Podemos dizer que é melhor temporada da minha carreira. As coisas estão a sair-me muito bem, tenho marcado golos, feito assistências e ajudado a equipa. De facto, estou a sentir-me na melhor fase da minha carreira. Sem dúvida.A época que passou cedido à Real Sociedad foi importante para esta afirmação?

Todas as temporadas foram importantes porque, em todas elas, aprendi e evolui. Mas, claro, ter atuado numa das ligas mais importantes e exigentes do Mundo tornou-me um jogador melhor e ainda mais preparado.

Em 2015/16 jogou na mesma Liga do que, por exemplo, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Sentiu que seria possível fica em Espanha ao invés de regressar à Turquia?

Possível era, porque a Real Sociedad queria que eu ficasse. Mas não conseguiu chegar a acordo com o Galatasaray. E outros clubes chegaram a demonstrar interesse na minha contratação. Mas o Galatasaray pediu sempre um preço muito alto.

No início da temporada admitiu que não se sentia seguro e que pretendia sair. Esse sentimento está ultrapassado?

O sentimento não está propriamente ultrapassado. O ambiente continua a ser de tensão e por isso fico sempre preocupado. Não penso nisso todos os dias e a toda a hora, mas gostava que as coisas fossem diferentes.

Quero a selecção A e sei que vou lá chegar. Mais tarde ou mais cedo

Sente que o nível a que se tem apresentado esta época o reaproxima da seleção portuguesa?

Espero que sim porque continuo a sonhar com o dia em que me estrear pela selecção principal. Sem desprimor para a seleção de sub-21, a que continuo a ir com muito gosto, quero a selecção A. E sei que vou lá chegar. Mais tarde ou mais cedo. Claro que estar a jogar como estou a fazer, esta temporada, facilita mais as coisas. Espero ter uma oportunidade brevemente. Já vários jogadores a tiveram e espero também ter a minha.

Para a sua posição, tem a concorrência de jogadores como Gonçalo Guedes, Bernardo Silva ou Gelson Martins. É possível sobressair e conquistar um lugar nas contas de Fernando Santos?

São todos grandes jogadores, que me merecem um respeito enorme. Mas honestamente não me sinto inferior a nenhum deles. O seleccionador é que sabe porque já os convocou a eles e ainda não me convocou a mim. Resta-me trabalhar e sonhar. A minha hora também vai chegar.

Tem aproximadamente a mesma idade de Gelson, jogador que tem vindo a ser apontado a alguns dos maiores clubes da Europa. Tendo em conta a sua experiência, aconselha-o a aceitar a renovação e amadurecer no Sporting, ou considera que já está pronto para dar o salto?

Claro que está pronto para dar o salto. Não lhe falta qualidade e sobretudo personalidade. Está num grande clube mas pode evoluir muito mais se for para uma liga mais competitiva. É um grande jogador e um grande talento. Vai valer muito dinheiro ao Sporting.

E quanto a Gonçalo Guedes, acredita que tem condições para triunfar no Paris Saint-Germain?

Se o PSG o contrata por 30 milhões de euros é porque acredita nele. Eu também acredito. Como o Gelson, é um grande talento e vai demonstrar o seu valor numa grande equipa, integrado num plantel recheado de jogadores de muita, muita qualidade.