Concluída a missão do Artigo IV do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada entre os dias 15 e 29 de maio, o Governo reafirma, em comunicado enviado às redações pelo gabinete do ministro Mário Centeno, "o seu empenho em prosseguir um esforço reformista, colmatando falhas passadas e projetando o futuro, consciente dos riscos que o FMI identifica como maioritariamente externos".
"Para esse fim, o Governo apoiar-se-á na implementação do Programa Nacional de Reformas, orientado para aumentar o crescimento potencial da economia e consolidar os progressos alcançados no setor financeiro, no mercado de trabalho, e no equilíbrio das contas públicas e das contas externas", pode ler-se no documento.
E o que concluiu a missão do FMI? No ano passado, a economia portuguesa apresentou um "forte desempenho" com "uma perspetiva de curto-prazo favorável, projetando o cumprimento das metas orçamentais e um crescimento económico de 2,3% em 2018, em linha com a previsão do Programa de Estabilidade".
No que ao "crescimento no médio-prazo" diz respeito, diz o Fundo que "deverá assentar no investimento e nas exportações, impulsionados por uma melhoria das condições de crédito e pelo aumento da competitividade dos bens e serviços portugueses".
Reconhecendo "progressos na estabilidade e confiança no sistema bancário, nomeadamente com a redução do stock de crédito malparado (NPL) para 13,3% no final de 2017, bem como na atual trajetória de consolidação da dívida pública e privada", o FMI sublinha que "estes resultados encorajadores assentam numa mudança estrutural em curso, na qual assenta uma dinâmica positiva de crescimento económico inclusivo, permitindo a Portugal continuar o caminho de convergência com os padrões de vida da União Europeia".
Um caminho que deve seguir uma "tendência de crescimento económico equilibrado" e da "prossecução dos esforços contínuos para corrigir a rigidez do mercado de trabalho". Remata o FMI que "as condições favoráveis da economia constituem uma oportunidade importante para a contínua consolidação das contas públicas, a nível estrutural, e para melhorar o lado da oferta da economia".