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"Quando se criam condições fiáveis, os investigadores regressam"

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje que a criação de "condições fiáveis e apoios públicos sustentáveis" é uma forma de os Estados levarem os investigadores a regressar aos seus países e recuperar o "investimento" feito na qualificação.

"Quando se criam condições fiáveis, os investigadores regressam"
Notícias ao Minuto

21:14 - 30/05/18 por Lusa

Economia Angela Merkel

"Também temos esse problema na Alemanha e não é necessariamente mau que as pessoas saiam dos seus países quando concluem os seus estudos. Mas penso que, quando se criam condições fiáveis e apoios públicos sustentáveis, os investigadores regressam", afirmou a chefe do executivo alemã, em resposta a perguntas de cerca de 100 alunos de doutoramento da Universidade do Porto, no I3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto, em Portugal.

No encontro com estudantes, que durou mais de uma hora, Merkel elogiou as apostas portuguesas no setor, dizendo que o país "proporciona perspetivas de longo prazo para os jovens" e mostrando-se convencida de que existem "novas opções para o futuro".

"Temos de nos tornar mais flexíveis para nos tornarmos mais competitivos", acrescentou a chanceler.

O primeiro-ministro português, António Costa, lembrou o período de crise, vincando que o país está agora a "inverter o ciclo", nomeadamente ao "aumentar 6% ao ano o número de investigadores que as empresas estão a contratar".

Costa defende que Portugal "precisa de atrair cada vez mais empresas que aqui possam criar postos de trabalho mais qualificados".

"Essa tendência, em Portugal, está a verificar-se", vincou.

Segundo Costa, são "várias as empresas" que estão a "contratar mais" por terem percebido que, "para serem mais competitivas, precisam de pessoas qualificadas".

O primeiro-ministro afirmou que "isso vai permitir travar a perda de recursos humanos altamente qualificados".

"Sabemos bem que há uma diferença entre a liberdade de circular e a obrigação de ter de partir", observou.

Para o governante, "fundamental é que cada um invista cada vez mais na sua educação".

"É dessa forma que o país se torna mais competitivo", alertou.

Referindo-se aos "anos de batalha" que Portugal tem "contra o défice", Costa indicou serem precisas "décadas de trabalho para resolver o défice de conhecimento"

A chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro português António Costa chegaram hoje ao Porto às 17:33, estacionando junto ao I3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde o Volkswagen T-Roc produzido na fábrica da Autoeuropa (Palmela) que os transportou desde Braga, onde visitaram a Bosch.

Na zona universitária portuense, onde era visível um grande perímetro de segurança policial, os dois chefes do executivo foram recebidos pelo reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, que os apresentou aos presidentes dos três institutos agregados no I3S: Sobrinho Simões, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), Cláudio Sunkel, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e Fernando Jorge Monteiro, do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB).

Merkel, Costa e uma comitiva restrita visitaram depois, dois laboratórios e a uma plataforma científica do I3S, o Bioengineered 3D Microenvironments, que trabalha na interface entre a bioengenharia e a biomedicina; o Nanomedicines & Translational Drug Delivery, centrado no desenvolvimento de sistemas de entrega de fármacos, recorrendo em particular à nanotecnologia; e a Bioimaging, que visa promover o avanço, melhoramento, integração e utilização de soluções no domínio da bioimagem.

Seguiu-se o debate com os alunos de doutoramento, inserido na iniciativa "Encontros com os Cidadãos sobre o futuro da Europa".

O instituto de investigação português na área das Ciências da Saúde foi criado para estreitar relações e sinergias entre o IBMC, o INEB e o IPATIMUP.

A colaboração entre os três laboratórios foi oficializada em 2003, com um protocolo de cooperação, o I3S efetivou-se como consórcio em 2014 e, em 2015, as equipas transferiram-se para o novo edifício, num investimento que ascendeu aos 21,5 milhões de euros.

Com 20 milhões de euros de orçamento anual, o I3S tem três grandes linhas de investigação (cancro, Interação e Resposta do Hospedeiro e Neurobiologia e Doenças Neurológicas), reunindo mais de 900 pessoas por 64 grupos de investigação.

Depois deste primeiro dia de visita oficial a Portugal, a chanceler é, na quinta-feira, recebida em Lisboa, ao início da manhã, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Pelas 10:45, está prevista a chegada da chefe do executivo alemão ao Palácio Foz, iniciando-se, depois, uma reunião a sós com António Costa.

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