Multiplicar por sete o lucro da TAP "é uma necessidade"
O presidente executivo TAP, Antonoaldo Neves, afirma que multiplicar por sete o lucro da empresa "é uma necessidade" para que haja sustentabilidade.
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Economia CEO
"Temos uma visão de médio prazo e multiplicar por sete, não é uma questão de otimismo, é uma questão de necessidade. A TAP precisa de multiplicar os lucros por sete para ser uma empresa sustentável", afirmou o CEO, a bordo de um voo de teste do novo A330-900 neo.
O Grupo TAP obteve um lucro de 21,2 milhões de euros em 2017, que contrastam com um prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016.
O responsável notou os compromissos decorrentes das compras das novas aeronaves e a "única forma de financiar o crescimento é através de uma empresa sustentável, rentável e na qual os lucros retornem para o crescimento".
Humberto Pedrosa, do consórcio Atlantic Gateway que detém 45% da TAP, tinha comentado à Lusa esperar que o Grupo TAP possa multiplicar, pelo menos, por sete vezes, os resultados - uma meta já definida antes pelo presidente executivo - em três ou quatro anos.
Antonoaldo Neves referiu ainda as estimativas de contratar mais 1.500 pessoas ao longo de três anos, face a um crescimento esperado de um milhão de passageiros por ano e "mais ou menos oito destinos por ano".
Depois de ter voado pela primeira vez em 15 de maio e com um plano para somar mais 150 horas de voo teste em 18 dias e ir a 16 cidades da América e Ásia, o primeiro A330-900 a chegar a uma transportadora mundial deve chegar à TAP em outubro.
"O nosso objetivo é voar comercialmente com este avião entre outubro e novembro" e embora o destino inaugural já esteja escolhido, só mais tarde será revelado, acrescentou o CEO.
A companhia aérea nacional vai receber 21 A330-900 neo, sete dos quais este ano, num calendário de entregas que deverá estender-se por dois anos.
Também presente no voo teste de hoje, Humberto Pedrosa escusou-se a referir o valor do investimento da renovação de frota, indicando que "vai ser muito".
"Vai ser um investimento enorme, mas que vai trazer mais capacidade de oferta por um lado, e por outro lado vai-nos trazer mais economia, porque estes aviões consumem menos do que os outros", acrescentou, lembrando que a TAP já tem ao serviço um A 230 neo "a operar com resultados fantásticos".
A cada nova destas aeronaves ficam alocados 500 a 600 postos de trabalho "diretos e indiretos para a aviação", notou, por seu lado Antonoaldo Neves.
À pergunta sobre se a TAP pode estar a dar um passo maior que a perna com estas aquisições, Antonoaldo Neves garantiu: "A nossa perna é do nosso tamanho e é uma perna de atleta e vamos continuar a crescer".
Aos jornalistas, o CEO lembrou que desde que a empresa foi privatizada o plano de compra de aeronaves cresceu desde 80 para "108 já adquiridas", estando em causa, assim, entre "dois mil a três mil milhões de euros a mais de investimento".
"E estamos a discutir agora um plano ainda melhor para os próximos sete anos e aumentar ainda mais a frota da TAP e a gente vai ver um número de mais alguns mil milhões de euros e esse seria um crescimento após Montijo (aeroporto complementar de Lisboa que deve funcionar em 2022)", disse.
Antonoaldo Neves anteviu que até 2022 a TAP deverá contar com "105 a 108 aeronaves" e entre 2022 a 2025 esse valor pode chegar às "120/130".
A TAP é detida em 50% pelo Estado, através da Parpública, em 45% pelo consórcio da Atlantic Gateway e em 5% pelos trabalhadores.
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