Mostra de joalharia lusa em Macau abre portas a setor no mercado oriental
Uma mostra inédita de ourivesaria e filigrana portuguesas arrancou na quarta-feira em Macau, seguindo uma estratégia de entrada no mercado oriental numa altura em que as exportações do setor registam um crescimento sem precedentes.
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Economia Inédito
A iniciativa em Macau é "uma combinação de dois mundos, tem obviamente um interesse comercial mas também existe um desafio cultural", disse à Lusa Fátima Santos, secretária-geral da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), que promoveu o evento.
O mercado asiático é uma das grandes apostas do projeto de internacionalização da joalharia portuguesa da AORP, que em março participou na Feira Internacional de Joalharia de Hong Kong, juntando 2.500 expositores e cerca de 25 mil visitantes profissionais, oriundos de mais de 50 países.
Depois de Hong Kong, rampa de lançamento para negócios com o interior da China, nomeadamente em Xangai, a intenção agora é "estar em Macau" e apostar na ponte que este território pode erguer com o resto da Ásia, frisou.
Para Fátima Santos, "as exportações de Portugal para Macau ainda são residuais" e o objetivo primordial é "inverter a tendência", tirando partido desta ponte.
A responsável pela AORP ressalvou a rota da filigrana, uma iniciativa que "trouxeram com muito carinho" em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar.
Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, reiterou à Lusa a aposta na internacionalização e a importância de Macau como "entreposto comercial".
"Não tinha sentido não recorrermos à história do país e não apostar neste entreposto comercial. Queremos que Macau seja uma ponte para toda a Ásia e que com isso consigamos aumentar o lucro das exportações nesta matéria, dado que em 2017 foi o [ano de] maior crescimento de sempre da exportação da filigrana", declarou.
As exportações da ourivesaria e joalharia portuguesa aumentaram 53% entre 2015 e 2017, de 65,5 para 100 milhões de euros. A associação setorial AORP definiu como meta a atingir os 150 milhões de euros em 2020.
Natural de Gondomar, um dos núcleos mais importante e prolíferos da ourivesaria portuguesa, a artesã Olga Almeida, com 47 anos, contou-nos como esta arte lhe corre nas veias há mais de 30.
"Andava na escola, na primária, e enquanto a minha mãe preparava o almoço, a gente praticava", recordou. Desde então, nunca mais parou. "Faço isto porque gosto muito, então depois de ver a peça em si, ainda mais".
Promovida pela AORP, com o apoio institucional do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a exposição está patente até sexta-feira na residência consular de Portugal, no âmbito das comemorações do "mês de junho, mês Portugal".
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