Presença portuguesa reforçada na FILDA mostra boas relações com Angola
Portugal vai ter, este ano, uma presença reforçada na Feira Internacional de Luanda (FILDA), comprovando o o ambiente favorável às relações luso-angolanas no plano político e económico, disse à Lusa o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).
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Economia AEP
"Há um desanuviamento da tensão política que existia e felizmente está ultrapassada", destacou Paulo Nunes de Almeida, acrescentando que a presença institucional portuguesa na feira, através do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e do presidente da entidade que promove o investimento e comércio externo (AICEP), Luís Castro Henriques, "é demonstrativa de que as relações políticas e diplomáticas" melhoraram, o que é também decisivo para os negócios e para que estes fluam "de forma mais agradável".
En 2018, a FILDA vai ter um aumento dos expositores portugueses, que passam de 16 para 19, segundo a AEP, que organiza, juntamente com a Câmara de Comércio e Indústria Portugal -- Angola (CCIPA) e a AICEP Portugal Global, a presença portuguesa na 34ª do certame, que decorre em Angola, entre os dias 10 e 14 de julho.
O reforço reflete o novo impulso das exportações portuguesas para este mercado, que voltaram a crescer em 2017.
"Neste momento, temos mais de 5000 empresas ativas, muitas a exportar pela primeira vez, e em 2017 surgiram mais 235 empresas do que no ano anterior, o que é revelador da dinâmica de entrada de novas empresas", sblinho o responsável da AEP.
Paulo Nunes de Almeida realçou o peso de Portugal na balança comercial angolana, tratando-se do segundo maior fornecedor do país africano, mas adiantou igualmente que as empresas portuguesas não estão apenas "numa lógica de exportação", apostando também na internacionalização e investimento no mercado angolano.
Entre os setores com mais potencial, indicou que se mantém "a presença forte no agroalimentar", mas existem também oportunidades a nível do fornecimento como equipamentos, materiais de construção, metalurgia e metalomecânica, tecnologias de informação e comunicação,logística, e capacitação, sendo esta mostra multisetorial "incontornável" para desenvolver contactos e apresentar os seus bens e serviços aos visitantes.
"Além do dinamismo do lado português, também Angola espera um aumento do número de visitantes", disse o líder da AEP.
A FILDA vai receber também, no dia 11 de julho, o II Encontro Angola-Portugal, promovido pela CCIPA, que "pretende ser uma reunião de empresários portugueses e angolanos e demonstrar como as relações empresariais bilaterais contribuíram e podem contribuir para o desenvolvimento das economias de ambos os países", segundo um comunicao da organização.
Mais de 350 expositores de empresas oriundas de 13 países, participam este ano na FILDA, que decorre na Zona Económica Especial Luanda-Bengo (ZEELB), sob o lema "Diversificar a Economia, Desenvolver o Sector Privado".
São esperadas mais de 6.000 pessoas por dia, entre estudantes, profissionais e empresários.
A edição de 2018 tem a particularidade de decorrer numa área de 28.000 metros quadrados da ZEELB, que segundo o Governo angolano representa um modelo económico voltado para a criação de 'clusters' industriais, sendo apresentadas como catalisadoras do crescimento económico.
Localizada a 30 quilómetros do centro de Luanda, a ZEELB, um projeto até agora gerido pelo Estado angolano, através da Sonangol, envolveu um investimento público de quase 80 milhões de dólares (71 milhões de euros) para instalar 73 fábricas e compreende sete reservas industriais, seis reservas agrícolas e oito reservas mineiras, numa área total de 8.300 hectares entre os municípios de Viana, Cacuaco, Icolo e Bengo (Luanda), Dande e Ambriz (Bengo).
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