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Analistas: Crescimento económico deve acelerar no 2.º trimestre

A economia portuguesa deverá ter acelerado no segundo trimestre, ao crescer entre 0,6% e 0,8% em cadeia e entre 2,4% e 2,6% face ao mesmo período de 2017, segundo estimativas dos analistas recolhidas pela agência Lusa.

Analistas: Crescimento económico deve acelerar no 2.º trimestre
Notícias ao Minuto

17:41 - 13/08/18 por Lusa

Economia Estimativa

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na terça-feira a estimativa rápida das contas nacionais do segundo trimestre de 2018 e, caso se confirmem as previsões dos analistas consultados, o Produto Interno Bruto (PIB) terá acelerado tanto em cadeia como em termos homólogos.

Segundo o INE, nos primeiros três meses do ano registou-se um crescimento de 0,4% em cadeia e de 2,1% comparativamente ao período homólogo.

Para o segundo trimestre, os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) são os mais otimistas, ao estimarem um crescimento de 0,8% face ao trimestre anterior e 2,6% em termos homólogos.

"Os indicadores quantitativos, essencialmente relativos a abril e maio, apontam para uma provável aceleração do crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo no segundo trimestre e um contributo positivo da procura externa líquida, baseado no maior crescimento das exportações de bens face ao das importações", explica o ISEG na síntese de conjuntura.

Por sua vez, o Montepio estima para o segundo trimestre um crescimento do PIB em cadeia de 0,6% (num intervalo de 0,5% e 0,7%), em aceleração face ao primeiro trimestre e um aumento de 2,4% face ao mesmo período do ano passado.

O economista-chefe do Montepio, Rui Serra, disse à Lusa que a aceleração em cadeia "deverá ter decorrido das exportações líquidas, que terão apresentado um contributo ligeiramente positivo, após o contributo negativo observado do primeiro trimestre".

"Já o investimento em capital fixo (FBCF) deverá ter crescido a um ritmo apenas ligeiramente inferior ao do trimestre anterior, enquanto o consumo privado terá continuado a crescer, mas com maior desaceleração, depois do forte acréscimo observado no primeiro trimestre e continuar a ser suportado pela manutenção da redução da taxa de desemprego e pelo aumento do rendimento disponível das famílias, em resultado do alívio fiscal resultante da entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2018", continua o economista.

Quanto à segunda metade do ano, Rui Serra considera que o principal risco será a "incerteza relativamente à política comercial de Donald Trump" e o aumento do protecionismo a nível global, "colocando riscos de se vir a assistir a uma verdadeira guerra comercial global".

Também o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica estima que no segundo trimestre o PIB tenha registado um crescimento de 0,6% face ao trimestre anterior e uma variação homóloga de 2,4%.

"Este crescimento trimestral mantém a recuperação da economia portuguesa a um ritmo moderado desde 2013, com algumas oscilações pontuais como foi o caso do primeiro trimestre", lê-se na síntese do NECEP.

Os analistas da Católica sublinham que "o investimento terá recuperado a bom ritmo no segundo trimestre" ao mesmo tempo que "as exportações continuam a crescer de forma saudável, embora com menor intensidade face ao ano passado".

Por sua vez, acrescenta o NECEP, o consumo privado "deverá manter a sua trajetória de recuperação moderada, embora a estimativa para o segundo trimestre seja relativamente fraca devido a efeitos pontuais".

Quanto à estimativa para o conjunto do ano, o ISEG prevê um crescimento do PIB entre 2,2% e 2,6%, enquanto o NECEP espera um aumento de 2,5% e o Montepio de 2,3%.

O Governo estima que a economia cresça 2,3% em 2018, de acordo com o Programa de Estabilidade, contra 2,7% em 2017.

Rui Serra aponta algumas incertezas para a economia em 2018 como a "situação ainda débil do sistema bancário" bem como "alguns riscos políticos" devido às diferenças entre a maioria parlamentar numa altura em que o país continua comprometido com objetivos de consolidação exigidos por Bruxelas "que não têm o apoio dos partidos mais à esquerda que apoiam o Governo".

Do lado positivo, o economista salienta a recuperação do mercado de trabalho que pode "continuar a superar as expectativas, suportando maiores crescimentos da procura interna".

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