China triunfará na guerra comercial com EUA, defendem analistas chineses
A China deverá sair vencedora das disputas comerciais com os Estados Unidos, afirmaram na terça-feira analistas do Governo chinês, ilustrando a confiança entre as autoridades do país, que não têm cedido à pressão de Washington.
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Apesar de os EUA estarem, aparentemente, numa posição de vantagem para impor taxas alfandegárias, devido a um défice de 375,2 mil milhões de dólares (quase 321 mil milhões de euros) no comércio com o país, Pequim "deverá vencer no final", segundo os analistas da unidade de investigação Centro da China para o Intercâmbio Económico Internacional, que é financiada pelo Governo chinês.
"Os EUA não podem competir com o poder da China", porque a economia chinesa é "resiliente" e controla "totalmente" o sistema de produção industrial, afirmou Wei Jianguo, antigo vice-ministro chinês do Comércio, num fórum em Pequim, citado pela imprensa local.
"Temos que nos preparar a longo prazo, mas os EUA não aguentarão muito tempo", disse.
As disputas comerciais "não reduzem" o papel da China na cadeia de manufatura, argumentou o analista, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
Wei Jianguo lembrou ainda que as exportações chinesas para África podem exceder o valor das vendas para os EUA, nos próximos cinco anos.
Os comentários surgem após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmando que esta "não é a altura certa para falar" com a China sobre uma solução para a guerra comercial.
"Eles querem falar", garantiu Trump, referindo-se às autoridades de Pequim, "mas esta não é a altura, para ser sincero".
Na semana passada, uma reunião entre o vice-ministro chinês do Comércio, Wang Shouwen, e o vice-secretário do Tesouro dos EUA, David Malpassa, terminou sem um acordo.
A guerra comercial espoletou em julho passado, quando Washington impôs taxas alfandegárias de 25% sobre um total de 29 mil milhões de euros de bens importados da China. A China retaliou imediatamente com taxas sobre igual valor de importações oriundas dos EUA.
Na semana passada, os EUA impuseram taxas adicionais de 25% sobre 13.800 milhões de euros de exportações chinesas. Pequim voltou a retaliar.
Esta semana, os EUA realizaram uma audiência pública de seis dias, algo sem precedentes, para discutir novas taxas alfandegárias de 25% sobre um total de 170 mil milhões de importações oriundas da China, por sugestão de Trump.
Chen Wenling, antiga diretora do Gabinete de Pesquisa do Conselho de Estado, e atual diretora da unidade de investigação, afirmou no mesmo fórum que a "intimidação" de Trump não travará a ascensão da China.
"De acordo com o potencial de desenvolvimento dos dois países, a China sairá vitoriosa", afirmou.
Chen considerou que as exigências norte-americanas para que a China mude as suas práticas comerciais acarretam danos graves para o país.
"[a guerra comercial iniciada pelos EUA visa] conter o contínuo desenvolvimento da China, travar a modernização socialista da China, impedir que a China se converta numa potência socialista moderna", disse.
A China fabrica 90% dos telemóveis e 80% dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro.
Contudo, as autoridades chinesas estão a encetar um plano designado "Made in China 2025", para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Trump exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos setores industriais estratégicos, acusando o país de prática de concorrência desleal.
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