Calçado português investe 2 milhões para ir à maior feira do setor
Portugal volta a ser a segunda maior delegação estrangeira na principal feira de calçado do mundo, que decorre em Milão de domingo a quarta-feira e mobiliza um investimento de dois milhões de euros por parte da indústria portuguesa.
© Citadin Shoes
Economia Milão
Segundo adiantou à agência Lusa fonte da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), serão mais de 90 as empresas da comitiva nacional na Micam (feira de calçado) e na Mipel (feira de acessórios em pele), em Itália, o que representa "uma das maiores presenças de sempre num evento no exterior".
"Ao todo - destaca - as empresas portuguesas que integrarão a Micam respondem por mais de 8.000 postos de trabalho e sensivelmente 500 milhões de euros de exportação", enquanto na Mipel marcarão presença "quatro das mais importantes" fabricantes nacionais do setor de artigos de pele.
A comitiva nacional recebe no domingo a visita da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann.
De acordo com a APICCAPS, a presença na Micam "insere-se na estratégia promocional" definida em parceria com a Agência Portuguesa para o Comércio Externo de Portugal (AICEP), com o apoio do Programa Compete 2020, que "visa consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos".
Neste contexto, cerca de duas centenas de empresas da fileira do calçado estão a participar, desde o início do ano, num "megaprograma de promoção à escala internacional" que, até final de 2018, se traduzirá na presença em cerca de 60 dos mais importantes fóruns internacionais da especialidade.
"A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para a indústria portuguesa de calçado, que coloca no exterior mais de 95% da sua produção", refere a APICCAPS, destacando que a participação na Micam, que se destaca como "a maior e mais prestigiada feira de calçado do mundo", implicará nesta edição um investimento global na ordem dos dois milhões de euros.
Ao todo, serão mais de 1.600 expositores, de aproximadamente 50 países, a marcar presença em Milão, esperando-se "mais de 40 mil visitantes profissionais" na feira, onde Portugal "voltará a ser a segunda maior delegação estrangeira na feira, sendo apenas superado pela Espanha".
E se, na Europa, a Alemanha, Espanha, França e Itália têm merecido uma "forte atenção" das empresas portuguesas, a associação salienta que "a grande aposta este ano passa por uma forte investida" a dois mercados considerados "estratégicos": o Japão e os EUA.
Segundo a APICCAPS, os EUA são atualmente "a prioridade para o setor do calçado", tendo as vendas para aquele mercado vindo a aumentar "de forma consistente" nos últimos anos -- passaram de 12 para 72 milhões de euros -- e sendo o objetivo "duplicar as exportações nos próximos anos".
Neste contexto, foi organizada em este ano "a maior investida de sempre do calçado português no mercado norte-americano", com a participação, em junho, de 20 empresas portuguesas na iniciativa 'Portugal Design Showcase', que juntou calçado, vestuário e joalharia no mesmo evento, em Nova Iorque. Seguiu-se, em agosto, uma investida semelhante na PN Platform, em Las Vegas.
Em outubro, o setor tem prevista a participação na 'Fashion World Tokyo', no Japão, apresentada como "a maior feira de moda do Japão", que duas vezes por ano recebe cerca de 850 expositores internacionais de vestuário, calçado e acessórios e mais de 28.000 visitantes profissionais.
De acordo com o 'World Footwear Yearbook', editado pela APICCAPS, o Japão, com 127 milhões de habitantes, é "um dos mercados mais promissores" no plano internacional, destacando-se como o 6.º principal mercado à escala mundial, com um consumo de 703 milhões de pares de sapatos por ano.
Anualmente, o mercado nipónico importa 650 milhões de pares de calçado, em especial da China (522 milhões em 2017), Vietname (60 milhões) e Indonésia (28 milhões).
Com mais de 1.500 empresas de calçado e 40.000 trabalhadores, o setor português de calçado exportou no ano passado o máximo histórico de 1.965 milhões de euros, equivalentes a mais de 83 milhões de pares de sapatos, ao segundo maior preço médio de exportação (26,54 dólares, praticamente o triplo do praticado a nível mundial) entre os principais produtores mundiais de calçado.
Segundo os dados do gabinete de estudos da APICCAPS, desde 2010 que se registam aumentos sucessivos do valor exportado pela indústria portuguesa de calçado, onde foram desde então criadas 280 novas empresas e 7.092 novos empregos (10.227 se for considerado o emprego criado em toda a fileira).
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