Banco central angolano admite que Angola ainda tem muitos desafios
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) admitiu hoje que Angola ainda está a sofrer os efeitos da crise económica de 2008, "a pior desde 1929", pelo que o país ainda tem muitos desafios pela frente.
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Economia Governador
Segundo uma nota divulgada hoje pelo BNA, José de Lima Massano discursava na abertura do IV Encontro de Auditoria, Gestão de Risco e Compliance dos Bancos Centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que reúne, no Lubango, província da Huíla, responsáveis do setor.
De acordo com Lima Massano, o BNA tem vindo, nos últimos anos, a reforçar o quadro regulamentar com o objetivo de instituir a implementação de modelos adequados de governação corporativa e controlo interno nas instituições financeiras sob a sua supervisão, através da publicação de regulamentação.
Ao mesmo tempo, tem vindo também a alterar o seu próprio modelo de governação e de controlo interno, para melhor responder aos desafios colocados pelo setor, acrescentou.
"É necessário reconhecer que, independentemente dos níveis diferentes de desenvolvimento, o setor financeiro, na sua generalidade, continua a apresentar muitos desafios, exigindo da parte dos reguladores e supervisores uma atenção mais permanente e concentrada, de forma a manter a regulamentação sobre a governação corporativa e controlo interno atualizada e relevante, assegurando a resiliência do setor e o apoio esperado à dinâmica de desenvolvimento das economias", admitiu.
Para Lima Massano, na atual conjuntura de "mudanças e desafios constantes e de exigências cada vez maiores", a reunião de instituições de realidades e com experiências diversas torna a discussão dos temas inscritos no programa do encontro "uma mais-valia" para todos os participantes.
"Há dez anos, o mundo viveu a maior crise financeira e económica desde 1929, que teve enormes consequências no plano económico e social, cujos efeitos ainda hoje se fazem sentir", afirmou.
"A crise veio expor, de forma clara, os riscos a que estão sujeitas as instituições financeiras e as consequências de uma gestão inadequada desses riscos para o sistema financeiro e para a atividade económica em geral, evidenciando a necessidade de reforço dos modelos de governação corporativa e controlo interno", acrescentou.
Lima Massano realçou que os vários países da CPLP viveram a crise financeira de forma diferente, tendo em conta que as realidades e desafios dos sistemas financeiros de cada país "são diversos", bem como o ritmo das mudanças regulatórias.
"Assim, o caminho a seguir para criar um sistema financeiro mais robusto e resistente e evitar a repetição da crise financeira de 2008 e as suas consequências está, em traços gerais, melhor definido", defendeu.
O encontro, com duração de dois dias, junta o BNA, delegados dos bancos centrais dos países de língua portuguesa, e representantes da associação angolana de bancos, de bancos comerciais do sistema financeiro do país e do instituto angolano de auditoria interna.
No encontro, serão abordados, entre outros, temas como "O valor estratégico da auditoria", "Independência e objetividade da auditoria interna", "Gestão de riscos e 'compliance'" e "Branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo".
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