Problema das dívidas de Luanda tem de ser resolvido ao nível dos Estados
O presidente da Associação Portuguesa dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, disse hoje que o problema das dívidas de Angola tem de ser tratado primeiro a nível dos Estados e só depois com cada empresa.
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Economia Construtora
"Esse problema diz respeito aos dois países, em primeiro lugar, e depois vão se questões analisadas empresa a empresa, há várias formas de resolver o problema, mas é preciso primeiro apurar a dívida, e depois ver com as empresas a melhor forma [de pagar], porque haverá várias formas de pagamento, mas os dois Estados saberão arranjar formas a que depois as empresas se adaptarão", disse Manuel Reis Campos.
Em declarações à Lusa sobre o ponto de situação relativamente às dívidas de Angola às empresas portuguesas, principalmente construtoras, Reis Campos disse que "as dívidas são um problema que diz respeito a cada uma das empresas", mas mostrou-se convicto de que a questão será ultrapassada.
"No quadro atual esse problema será ultrapassado, é a nossa convicção", disse, vincando, ainda assim, que mais importante que a questão das dívidas é o panorama de futuro em Angola.
"Mais importante para mim é que as empresas veem em Angola um potencial de crescimento, e hoje, com o peso que Angola tem na internacionalização das nossas empresas, que é 48,2%, é naturalmente um mercado de futuro", vincou.
Nos últimos anos houve "alguns problemas, a questão do petróleo trouxe algumas mudanças nos últimos tempos e obrigou algumas empresas a deixar Angola, mas as empresas portuguesas não deixaram Angola, estão preparadas para o novo ciclo que Angola vive e portanto estão preparadas participar e integrar o futuro do país", concluiu Manuel Reis Campos.
O Governo angolano estimou em 90 milhões de euros a dívida já certificada de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas e não certificada na ordem dos 300 milhões de euros.
O primeiro-ministro português, António Costa, na recente visita que efetuou a Luanda, elogiou "a transparência" do Governo angolano na forma como aborda a questão das dívidas a empresas portuguesas e o calendário definido, até novembro, para o apuramento do volume global por regularizar.
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