Voo direto é "completamente indispensável" para fomento das relações
O voo direto entre Portugal e a China é "completamente indispensável" para incrementar as relações entre os dois países, considerou o embaixador português em Pequim, nas vésperas da visita do Presidente chinês a Lisboa.
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"Do nosso ponto de vista, a ligação aérea é complemente indispensável para a conectividade, oportunamente lançada aqui na China", com a iniciativa 'um cinturão, uma rota', afirmou José Augusto Duarte, à agência Lusa.
A Capital Airlines suspendeu, em outubro passado, o voo direto entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado a 26 de julho de 2017, com três frequências por semana.
Fontes da companhia aérea revelaram à Lusa que o voo não gerava rendimento que justificasse a sua manutenção.
A empresa pediu, entretanto, autorização às autoridades chinesas para iniciar um voo direto entre Xi'an, noroeste da China, e Lisboa, alegando menores custos e que a maior parte dos passageiros que voam para Portugal são oriundos daquela parte da China.
Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xi'an é a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim.
Portugal deseja, no entanto, manter um voo direto para a capital chinesa.
"Não temos nada a objetar, evidentemente, a que haja outras ligações aéreas, e quanto mais melhor, mas a ligação Pequim - Lisboa é muito importante, e esses foram os termos da iniciativa em que resultou o lançamento do voo", afirmou, em outubro passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, durante uma visita à China.
Em entrevista à agência Lusa, o embaixador português em Pequim revelou que tem mantido contactos "muito intensos" com a Capital Airlines, "outras companhias aéreas e as autoridades chinesas", para "ultrapassar esta questão".
"Nos dias de hoje, é muito importante a conectividade terrestre e marítima, como no passado, mas a humanidade avançou e passamos a ter conectividade aérea, que no tempo da Rota da Seda não havia, e as tecnologias estão aí para serem usadas e fazerem as ligações entre os povos, e fomentarem a relação comercial", disse Augusto Duarte, reafirmando que o voo direto é "extremamente importante".
No lançamento da ligação aérea, o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar que os voos diretos Lisboa-Pequim fossem um reforço de Portugal como "grande 'hub' intercontinental" (centro de operações).
A afirmação de António Costa foi feita durante a cerimónia de inauguração dos voos diretos, com a presença do então presidente do parlamento chinês, Zhang Dejiang, em visita a Portugal. Para António Costa, a abertura da rota Lisboa-Pequim tem um "enorme simbolismo" e "é a nova rota da seda do século XXI".
Lançada em 2013, por Xi Jinping, o projeto de infraestruturas internacional 'um cinturão, uma rota' ou 'nova rota da seda', inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas, centrais elétricas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste asiático.
A iniciativa é vista como uma versão chinesa do 'Plano Marshall', lançado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiram a Washington criar a fundação de alianças diplomáticas e militares que perduram até hoje.
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