Brexit: "Planos de contingência não devem esgotar-se em dinheiro"
O presidente da CIP, António Saraiva, afirmou hoje que os planos de contingência do Governo para fazer face ao 'Brexit' "não se esgotam em dinheiro" e deve haver uma "virtuosa relação entre o Governo e as empresas".
© Global Imagens
Economia António Saraiva
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) falava à entrada de uma reunião extraordinária da Concertação Social que tem como ponto único de agenda as "Medidas de Preparação e Plano de Contingência para a saída do Reino da União Europeia ['Brexit']" e que conta com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
"Estes planos de contingência não se esgotam em dinheiro. É fundamental investirmos algum desse capital, mas é fundamental também apostar no reforço dos recursos humanos nos postos fronteiriços, nos postos aduaneiros", afirmou António Saraiva, referindo-se à linha de crédito no valor de 50 milhões de euros que o Governo anunciou na terça-feira para apoiar as empresas portuguesas que exportam para o Reino Unido.
O presidente da CIP acrescentou que, nomeadamente no Porto de Sines, já se sente "alguma falta de recursos humanos nos postos aduaneiros", e que, por isso, é preciso um reforço de recursos humanos para dar uma melhor resposta "à maior solicitação que vai ocorrer".
António Saraiva defendeu também que "há que levar informação às empresas" e prepará-las, sublinhando que "tem de haver uma virtuosa relação entre o Governo e as empresas através do seu movimento associativo para esta preparação, para esta antecipação de um acordo que desejamos que seja encontrado e dos seus efeitos que podem chegar a 26% das nossas exportações".
Por sua vez, à entrada da reunião, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, manifestou o "agrado" da central sindical pela forma "cautelosa" com que o Governo português tem lidado com o assunto, mas disse recear que as empresas aproveitem o momento para fazer reestruturações e despedir trabalhadores.
"Espero que não seja uma alavancagem das empresas para despedir", afirmou o líder da UGT, que defendeu ainda um novo referendo no Reino Unido.
O parlamento britânico reprovou na terça-feira de forma expressiva o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo Governo da primeira-ministra, Theresa May, com Bruxelas, com 432 votos contra e 202 a favor. Uma desvantagem de 230 votos, sendo que 118 dos votos contra foram de deputados do próprio partido Conservador da primeira-ministra Theresa May.
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