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CGD com "insuficiências" na análise de risco na concessão de crédito

A auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD) encontrou "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito.

CGD com "insuficiências" na análise de risco na concessão de crédito
Notícias ao Minuto

18:30 - 22/01/19 por Lusa

Economia Auditoria

O documento, uma versão com data de dezembro de 2017, enviado à Lusa por Joana Amaral Dias, antiga deputada do Bloco de Esquerda e comentadora, detalha que, entre 2001 e 2008, o presidente do Conselho de Administração (PCA) do banco público acumulava com "a função de CEO [presidente executivo] as funções relacionadas com a segunda e terceira linhas de defesa, designadamente a DGR [Direção de Gestão de Risco] para os riscos e a DAI [Direção de Auditoria Interna] para a auditoria. Neste contexto o CRO [Chief Risk Officer] não tinha assento na administração, pelo que o respetivo 'empowerment' se encontrava diminuído".

Ainda que, segundo o documento, a função de CRO estivesse atribuída ao diretor central da DGR "em exclusividade", não estavam assegurados o "princípio da independência e a prevenção de conflito de interesses", visto que este quadro participava em decisões de operações com montantes entre 3,4 milhões de euros e 7,5 milhões de euros, ou "com clientes cuja responsabilidade total somasse entre 6,7 milhões de euros e 20 milhões de euros".

O diretor central tinha ainda que elaborar pareceres de risco de base à decisão de crédito a empresas com responsabilidades que ultrapassassem 1,5 milhões de euros.

Além disso, salienta a EY, entre 2008 e 2013, as normas internas continuaram a "envolver o CRO nos processos de decisão e renovação de créditos e a DGR continuou a elaborar os pareceres de suporte à decisão, não se verificando o princípio da independência entre as funções de risco e as funções geradoras de lucros".

Com a evolução da regulamentação, durante a crise, a CGD acabou por colocar o CRO na Comissão Executiva, dando-lhe mais poder. Só que, alertou a consultora, no final de 2015 este quadro continuava sem atingir a exclusividade e independência.

O documento aponta ainda uma desconsideração do 'rating' nas decisões de concessão de crédito na CGD, com a qual a EY não concorda, por considerar que "estas métricas devem constar de políticas de crédito".

Entre 2008 e 2013, o volume de créditos em incumprimento na CGD aumentou exponencialmente, de 1,5 mil milhões para 5,2 mil milhões, com os rácios a passarem de 2,3% para 7,5% respetivamente, segundo a auditoria. As imparidades, por sua vez, passaram de 3,2 mil milhões para 5,3 mil milhões de euros.

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