Quatro autoestradas entre as 25 operações com maiores perdas para a CGD
Quatro autoestradas estão entre as 25 operações com maiores perdas para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), atingindo as perdas por imparidade 176 milhões de euros no final de 2015, segundo a auditoria ao banco público hoje divulgada.
© Lusa
Economia Auditoria
"Das 25 operações com maiores perdas, quatro operações referem-se a 'project finance' para a construção de autoestradas, com data de concessão inicial em 2004 e em 2008", lê-se no relatório da auditoria elaborado pela consultora EY, disponibilizado hoje no 'site' do parlamento.
Em 31 de dezembro de 2015, "a exposição ascendia a 256 milhões de euros com alocação de perdas por imparidade de 176 milhões de euros", lê-se no documento, que precisa que em dois dos casos "a exposição inicial assumida pela CGD foi através de concessão de garantias bancárias".
O 'project finance' é uma modalidade de estruturação financeira de projetos, onde o fluxo de caixa gerado pelo projeto é a principal fonte de pagamento do serviço e da amortização do capital de terceiros.
De acordo com o documento, três operações tiveram parecer de risco favorável elaborado pela Direção Global de Risco (DGR) e uma operação teve parecer desfavorável por parte da referida direção.
A EY refere que "não foi encontrada evidência da justificação para a aprovação em divergência com o parecer de risco", ressalvando, contudo, que "as operações foram objeto de estudo de viabilidade, comprovando, face aos pressupostos, a perspetiva de geração de 'cash-flows' suficientes para fazer face ao serviço da dívida".
O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, entregou hoje no parlamento a auditoria elaborada pela EY à gestão do banco público no período 2000-2015.
A administração da CGD recusou, por duas vezes, a entrega do relatório ao parlamento, num primeiro momento invocando sigilo bancário e, numa segunda vez, invocando o segredo de justiça.
Em 09 de janeiro, a comissão parlamentar anunciou que iria pedir à PGR o acesso ao relatório da auditoria feita à gestão da CGD entre 2000 e 2015, depois de o banco público ter recusado pela segunda vez o acesso.
Esta semana, o Ministério Público informou "nada ter a opor" que a CGD disponibilizasse ao parlamento a auditoria.
CDS-PP, PSD, PS e BE chegaram a acordo para um texto comum sobre o objeto da futura comissão parlamentar de inquérito à CGD, partindo de uma proposta inicial dos democratas-cristãos.
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