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Japão quer mais cooperação em recursos humanos com Timor-Leste

 O Japão quer fortalecer a sua cooperação com Timor-Leste, incidindo no setor das infraestruturas e serviços sociais básicos, mas procurando, cada vez mais, desenvolver os recursos humanos, disse à Lusa o embaixador nipónico em Díli.

Japão quer mais cooperação em recursos humanos com Timor-Leste
Notícias ao Minuto

13:18 - 14/02/19 por Lusa

Economia Embaixadores

*** Serviço de vídeo disponível em www.lusa.pt ***

"Neste momento temos três áreas prioritárias. Construção de infraestruturas, melhorias dos serviços sociais básicos, como saúde, educação, água e saneamento e a diversificação da economia", disse Hiroshi Minami, numa entrevista.

O embaixador explicou que estão a começar a ser implementados "programas de intercâmbio humano", como o programa Génesis, que "promove o intercâmbio de jovens da Associação de Nações do Sudeste Asiático e do Japão [ASEAN]".

"Apesar de Timor-Leste não ser membro da ASEAN já incluímos o país nesse programa. Talvez com este tipo de intercâmbio de jovens possamos promover um entendimento mútuo cada vez maior", adiantou.

"Penso ainda que o Governo timorense pretende enviar trabalhadores para o Japão e o meu governo está a pensar seriamente nessa possibilidade", disse ainda.

Hiroshi Minami explicou que o Governo japonês tem, com vários países em desenvolvimento, programas de apoio à construção de "infraestruturas de qualidade" que, no caso de Timor-Leste incluíram a construção de uma nova ponte em Díli, já entregue.

Em fase de conclusão ainda este ano está o novo terminal de passageiros no Porto de Díli, para as ligações domésticas, tendo sido anunciado recentemente um apoio de 45 milhões de dólares para a reabilitação do aeroporto de Díli.

Em média, explicou o embaixador, a assistência externa japonesa a Timor-Leste ronda os 20 a 30 milhões de dólares (17 a 26 milhões de euros) por ano a que se soma ainda cooperação técnica em várias áreas, nomeadamente para "fortalecimento dos recursos humanos" do país.

Já sobre o setor privado, o diplomata admite que dada a dimensão do mercado timorense, e mesmo pensando nos eventuais grandes projetos em torno ao Mar de Timor, como o Tasi Mane, continua a ser difícil chamar investidores para Timor-Leste.

"Nesta altura não creio que as empresas japonesas estejam interessadas no projeto Tasi Mane, mas penso que o envolvimento de empresas privadas no desenvolvimento deste país é muito importante. Por isso tenho tentado encorajar empresas japonesas a virem até este país" disse.

"Infelizmente o mercado é pequeno e não há muitos países interessados neste país. Mas vou continuar os esforços de tentar atrair investimentos japonesas", afirmou.

Hiroshi Minami explica que a sua mensagem é de que Timor-Leste, apesar de ser um país pós-conflito, "é uma sociedade pacífica e democrática" e que o mercado é pequeno, mas tem "uma grande população de talento jovem", criando assim "espaço para as empresas japoneses virem até cá".

Em termos regionais, o diplomata defende que além da CPLP seria particularmente positivo para Timor-Leste unir-se à ASEAN, fortalecendo assim as suas redes regionais e permitindo maior exposição "a novas relações comerciais e económicas na região".

Questionado sobre a ação da China em Timor-Leste e um crescente debate sobre a influência chinesa no país, o diplomata admite que está a crescer, mas não se mostra preocupado.

"Há muitos comerciantes e empresários chineses a virem para Timor-Leste. Não digo que sejam influenciados pela política do Governo chinês. Mas noto que a influência da China neste país está a aumentar", esclareceu.

"Nós temos a nossa própria cooperação com Timor-Leste e a China também está a ter muita colaboração com Timor-Leste. Não estamos numa posição de querer competir, procuramos é uma relação de amizade e uma cooperação do Japão, China e Timor-Leste", referiu.

Noutro âmbito, o diplomata disse que apesar de ser importante "reconhecer a ocupação de Timor-Leste durante a 2.ª Guerra Mundial" pelas forças japonesas, o país tem vindo desde 1999 "a apoiar os esforços de construção da nação".

"Queremos avançar e olhar para um futuro próspero", disse.

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