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Ratton tem "visão ideológica" de defesa da Função Pública

O Presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, criticou hoje a "visão ideológica" do Tribunal Constitucional (TC) de defesa dos funcionários públicos e considerou "difícil de entender" as suas posições.

Ratton tem "visão ideológica" de defesa da Função Pública
Notícias ao Minuto

15:26 - 22/10/13 por Lusa

Economia Ferraz da Costa

Falando, em Lisboa, à margem do ciclo de conferências sobre "O Direito em Perspetiva", organizado pela sociedade de advogados PLMJ e que hoje se focou no "OE 2014 -- Uma Visão Aprofundada", o economista lamentou a posição do TC, tendo dito que é "difícil de entender".

Além disso, referiu que há "uma visão ideológica de defesa dos funcionários públicos e do papel tradicional do Estado que deixou de poder ser garantido nos termos em que o era antes".

Ferraz da Costa explicou ainda que o papel do Estado "é impossível de garantir" nos termos em que "o era antes", porque, lembrou, "deixámos de ter moeda própria [o escudo] e passámos a integrar o euro".

O economista defendeu ainda "um consenso político alargado", tendo considerado que "se o não houver", quer um segundo resgate, quer um programa cautelar, serão "situações muito difíceis".

Para Ferraz da Costa, o desequilíbrio financeiro da República portuguesa foi "levado longe demais" e, neste momento, não "há boas soluções, haverá umas que eventualmente serão menos más do que outras".

"Nós precisamos da boa vontade dos nossos credores, enquanto não formos capazes de ter receitas suficientes para fazer face às nossas despesas", disse, adiantando que a saída do euro seria "dramática para o país".

Atualmente, a prioridade para este economista centra-se em fazer baixar o valor da dívida, deixar de ter défices de qualquer tipo, porque isso, a longo prazo, "seria preferível".

Para Ferraz da Costa, contudo, numa "ótica eleitoral de curto prazo", que disse é a que os partidos normalmente seguem, "não é pelo longo prazo que eles optam", acho que "o país se vai enterrando".

O economista defendeu ainda a necessidade de haver uma perspetiva de médio e longo prazo para a economia, pois só assim haverá crescimento económico.

Disse também que "a conjuntura externa se sobrepõe àquilo que acontece na ordem interna" e que há lentidão em Portugal na aplicação das reformas estruturais e de outras medidas.

"Quase todos os grupos têm força para resistir à mudança, quer sejam, entre outros, reformados, das reformas mais elevadas. Mas, nem os desempregados, nem os jovens, estão ver as suas situações serem resolvidas".

"Daí que não me pareça que [esta seja] uma situação coerente para o futuro, como o país", sublinhou.

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