"Não sabemos resultado da reforma do IRC mas não temos escolha"
O centrista Lobo Xavier, que presidiu à comissão para a reforma do IRC, faz um “balanço positivo” dos trabalhos e reforça a importância de o PS “dar um sinal” de que “este é um bom caminho”. Apesar de considerar que “faz sentido começar pelo IRC” e é “um passo que tem de ser dado”, Lobo Xavier revela hoje, em entrevista ao Diário Económico, que não é possível, porém, “dizer com certeza que vamos atrair milhões dos investidores”.
© Dinheiro Vivo
Economia Lobo Xavier
Garantindo que está satisfeito com o grau de diferença, “muito pequeno”, entre “a proposta final da comissão e a proposta de lei que chega à Assembleia da República”, Lobo Xavier afirma que “o balanço” da comissão para a reforma do IRC que presidiu “é altamente positivo”.
Até porque, sustenta hoje em entrevista ao Diário Económico, “uma coisa má que acontece frequentemente é as comissões técnicas serem maltratadas pela política e o trabalho ser distorcido ou estragado”.
Lobo Xavier recupera porém a importância do papel da oposição, designadamente do PS para que seja capaz de “distinguir entre as questões da taxa e as outras questões”. Neste sentido, afirma o centrista, “é preciso ter golpe de asa político para convencer o PS de que este é um bom caminho, que não tem nada de marcadamente ideológico, não tem nenhuma armadilha escondida, é suficientemente objectivo e internacional para poder ser apoiado sem que isso signifique um compromisso especial com o Governo”.
O centrista não tem dúvidas em assumir que “faz sentido começar pelo IRC”, defendendo que “o principal problema de Portugal é o investimento e o imposto internacionalmente reconhecido como sendo o mais ligado ao investimento é o IRC”.
“Não temos escolha”, sublinha Lobo Xavier apesar não se querer comprometer com resultados. “Não sabemos exactamente qual é o resultado deste movimento fiscal. Não podemos dizer com certeza que vamos atrair milhões dos investidores de todo o Mundo, (…) não sabemos o que vamos conseguir. Mas este passo tem de ser dado. Não é só para o investimento estrangeiro é também para o nacional”, sustenta.
Nesta entrevista ao Diário Económico, o centrista refere ainda que “não basta mudar a lei” é também necessário que “as empresas” acreditem que “estas condições se vão manter”. Para tal, insiste, “temos de ter a noção de que provavelmente o próximo Governo (…) não vai tocar nestas matérias”, por isso, “falta um sinal do PS”.
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