Próximo estudo do PISA avaliará a educação para os 'media' a pedido da UE
O próximo estudo piloto do relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) avaliará a pedido da União Europeia, a educação mediática dos alunos perante o fenómeno global da desinformação.
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Economia Alunos
Bruxelas está a trabalhar com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE, responsável pelo relatório do PISA) para incluir "novas perguntas" no seu questionário piloto para avaliar a capacidade dos adolescentes de diferenciar informações e fraudes, divulgou em entrevista à agência espanhola EFE e à Rádio Nacional da Espanha (RNE) Manuel Mateo, membro do gabinete do comissário de Economia e Sociedade Digital, Mariya Gabriel.
Este estudo, realizado pela OCDE em todo o mundo, mede o desempenho académico de estudantes de 15 anos em matemática, ciências e leitura, e ocorre a cada três anos.
Entre um estudo e outro a organização realiza uma análise piloto, mais reduzida, que serve para testar novas questões.
"No próximo estudo piloto vão ser integradas questões sobre educação para os 'media' e, se correr bem estas questões serão incluídas no estudo global", disse Mateo adiantando que embora a desinformação para fins políticos sempre tenha existido, é cada vez mais necessária "uma alfabetização mediática da população, porque as redes sociais aumentam exponencialmente o seu efeito multiplicador".
Manuel Mateo considera uma mudança "fundamental" na União Europeia que "os seus Estados membros decidam impor a obrigação de educar as suas populações para os 'media'".
Esta é, acrescentou, "uma linha" dentro da Diretiva de Serviços de Comunicação Social Audiovisual aprovada em dezembro de 2018 e que os países europeus têm de transpor para a sua legislação nacional no prazo máximo de 21 meses.
Na sua opinião, embora a Europa não tenha competências em educação, poderia "projetar um modelo" de como integrar essas capacidades de entendimento dos media no sistema educacional.
"Acreditamos que existem muitas maneiras de o fazer sem criar uma disciplina própria. Pode ser integrado nas aulas de História, nas aulas científicas, na língua ou até mesmo na Filosofia", disse Mateo, destacando a importância de os alunos conseguirem distinguir "a diferença entre notícias sensacionais, opiniões, análises ou fatos", por exemplo.
Por outro lado, acrescenta, os cidadãos devem ser encorajados a ter um espírito crítico, a pensar duas vezes antes de acreditar em tudo o que veem através das redes sociais", concluiu.
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