Armadores voltam a exigir pesca mínima de 15.425 toneladas de sardinha
As organizações ibéricas da pesca da sardinha reúnem-se na terça-feira, em Lisboa, aquando de outra reunião do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, para voltar a exigir o mínimo de capturas de 15.425 toneladas para 2019.
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Economia Exploração
As organizações portuguesas e espanholas da pesca da sardinha voltam à mesa das reuniões para reforçar a posição mantida no encontro em Peniche em 19 de março, quando exigiram aos dois estados-membros que adotem para este ano uma quota de pelo menos 15.425 toneladas, refere uma nota de imprensa da Associação das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco, anfitriã da reunião.
Esta posição, a enviar aos governos dos dois países, foi assumida tendo em conta "os bons resultados científicos obtidos em 2018 pelos cruzeiros de investigação científica", ao apontarem para um aumento de 70% da biomassa da sardinha com mais de um ano, entre 2017 e 2018, disse na altura Jorge Humberto, presidente da ANOP Cerco.
As 15.425 toneladas, a repartir pelos dois países, correspondem a 10% da estimativa de 'stock' existente, fixada em 154.254 toneladas no último parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês) para 2019.
Assim, o total de capturas ficaria acima do de 2018, ano em que foi de cerca de 12.000 toneladas, reduzidas ao longo do ano para 9.000 toneladas, mas ainda assim baixo das possibilidades de pesca definidas para 2017.
O setor vai ainda lançar as bases para a criação da Plataforma Ibérica da Defesa da Pesca da Sardinha e analisar informação que possa sair da reunião do ICES, que decorre entre segunda e sexta-feira, também em Lisboa.
A pedido dos armadores, os dois países pediram àquele organismo científico para validar o Plano de Gestão e Recuperação para a Pesca da Sardinha 2018-2023, que define 14 mil toneladas como mínimo de capturas anual indispensável para garantir a sobrevivência do setor.
"A sustentabilidade do recurso não está posta em causa, porque está a recuperar, mas a sustentabilidade económica e social do setor está em causa, porque as empresas começam a estar numa situação difícil e as pessoas começam a abandonar o setor", alertaram as organizações.
Em 2018, o setor atingiu a quota de pesca mais baixa de sempre, quando em 2008 capturava 101.464 toneladas de sardinha.
Para proteger o 'stock' da sardinha, e na sequência da recomendação do ICES, de pesca zero, Portugal e Espanha, com acordo da Comissão Europeia, definiram um plano de pesca, no qual ficou estabelecido que o limite de capturas, a dividir entre os dois países, deveria ser de 12.028 toneladas até setembro de 2018, reduzidas para 9.000 durante o decorrer do ano.
Desde setembro de 2018 que os pescadores de Portugal e Espanha estão sem poder pescar sardinha, situação que se vai prolongar até maio.
Para compensar a paragem temporária da pesca, o Governo português estipulou o pagamento de 2.040 euros ao mestre da embarcação e 1.920 euros aos demais pescadores.
As organizações presentes no encontro representam meio milhar de embarcações e cinco mil pescadores.
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