O défice das contas portuguesas no ano passado fixou-se em 0,5% do produto interno bruto (PIB), um valor calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e confirmado, esta terça-feira, pelo gabinete de estatísticas da União Europeia, o Eurostat. Este número representa também o melhor resultado em democracia.
Este valor, recorde-se, fica abaixo daquela que havia sido a meta apresentada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, de 0,6%.
Em 2017, sublinhe-se, Portugal tinha registado um saldo negativo de 3%, incluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas teria sido de 0,9% sem esta operação.
Quer isto dizer que o défice das Administrações Públicas atingiu cerca de 913 milhões de euros no ano passado, de acordo com os números do Eurostat, que são baseados na primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices Excessivos remetida pelo INE no final de março.
Dívida pública portuguesa é a 3.ª maior da UE
Portugal registou a terceira maior dívida pública da UE no ano passado, tendo atingido o patamar dos 121,5% PIB, ainda segundo o gabinete de estatísticas da UE.
De acordo com o Eurostat, Portugal era, no final de 2018, um dos 14 Estados-membros da UE com dívida pública superior a 60% do PIB, ficando em terceiro lugar a seguir à Grécia (181,1%) e Itália (132,2%).
E as previsões para este ano?
Por um lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o défice português se fixe nos 0,6% do PIB este ano, uma previsão mais pessimista do que os 0,2% previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade 2019-2023. Porém, o Fundo antecipa que o primeiro excedente se registe um ano mais cedo, em 2021.
Por outro lado, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) antevê um défice de 0,3% este ano, que pode, contudo, agravar-se em 0,4 pontos percentuais, até 0,7% do PIB, considerando a injeção de 1.149 milhões de euros no Novo Banco em 2019, dos quais 400 milhões de euros já estão previstos no Orçamento do Estado para este ano.
[Notícia atualizada com mais informação às 10h57]