"Se todos os países do mundo consumissem como Portugal, o cartão de crédito ambiental teria que ser acionado este domingo", indicou, em comunicado, a ZERO-Associação Sistema Terrestre Sustentável, que, em parceria com a Global Footprint Network, atualiza os dados relativos à pegada ecológica.
Se cada pessoa no planeta "vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria mais de dois planetas para sustentar as suas necessidades de recursos", comparou a associação.
"Tal implicaria que a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial esgotar-se-ia no dia 26 de maio", acrescentou, recordando que, em 2018, isso aconteceu a 16 de junho.
Portanto, a partir de hoje, já estamos "a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 01 de janeiro de 2020", sublinhou a ZERO.
"Portugal é, há já muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo)", destacou a associação, realçando, porém, que "o mais preocupante é que 'dívida ambiental' portuguesa tem vindo a aumentar".
Para inverter esta tendência, a associação propõe a adoção de "novas práticas", nomeadamente na alimentação e na mobilidade.
"O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal", referiu.