Economia tem crescido 'poucochinho' e país tem de ambicionar mais
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) classificou hoje de "poucochinho" o crescimento económico que a economia tem registado desde o início do século e afirmou que o país tem de ambicionar crescer acima de 3%.
© Global Imagens
Economia António Saraiva
"Temos de ambicionar pôr o país a crescer mais do que 3% ao ano. Contentarmo-nos com crescimentos de 1%, 1,2% ou de 2% que seja não chega. Não resolverá os nossos problemas estruturais termos crescimentos desta ordem de grandeza", referiu o presidente da CIP, António Saraiva durante o almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, de que foi o orador convidado.
O país, referiu ainda, não deve contentar-se com "crescimentos anémicos" e deve ser suficientemente ambicioso para voltar a crescer acima dos 3%. Neste contexto lembrou os dois anos do século passado (um na década de 1960 e outro na de 1990) em que a economia portuguesa avançou mais de 10%, comparando este valor com o crescimento acumulado de 10,2% observado entre 2000 e 2018.
Numa intervenção em que referiu algumas das ameaças e desafios externos e internos que se colocam a Portugal, o presidente da CIP, voltou a reafirmar a necessidade de se promover um quadro fiscal estável e previsível que atraia e fixe investimento.
"As empresas têm de ter um ambiente que não lhes tolde diariamente o caminho que têm de trilhar" e que têm trilhado de forma brilhante apesar do "ambiente adverso" que enfrentam a este nível.
Referindo-se ao ambiente externo em que pontuam riscos de abrandamento nas principais economia da União Europeia, António Saraiva sublinhou também a necessidade de se diversificarem os destinos das exportações portuguesas.
"Muitos daquilo que exportamos, cerca de 75% das nossas exportações, é para os mercados europeus. Tal como uma empresa não pode depender apenas de um cliente, um país não pode depender apenas de uma região geográfica", referiu, para sublinhar que este é, de resto, um caminho que as empresas já têm vindo a fazer.
As eleições europeias também marcaram presença nesta intervenção de António Saraiva, perante uma audiência composta sobretudo por empresários, mas também por alguns políticos. Neste contexto, o presidente da CIP afirmou que os resultados do ato eleitoral de 26 de maio foram um sinal que deve merecer reflexão aos partidos.
"[Estas eleições] deram um sinal de preocupação, um sinal de que os partidos todos, sem exceção, devem retirar ilações para que a qualidade da Democracia, o papel das oposições em sede parlamentar, seja assertivo", referiu.
Sobre este tema, o presidente da CIP disse ainda que estes resultados, sobretudo a elevada abstenção registada, também indicam que "os partidos políticos há muito tempo que se fecharam sobre si próprios", tendo perdido dinâmica, credibilidade e dado margem para que o alheamento ganhasse terreno.
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