O Ministério das Infraestruturas, tutelado por Pedro Nuno Santos, pede que seja convocada, com urgência, uma reunião do Conselho de Administração da TAP, por não concordar com a política de atribuição de prémios da companhia aérea.
"O Ministério das Infraestruturas e da Habitação discorda da política deatribuição de prémios, num ano de prejuízos, a um grupo restrito de trabalhadores e sem ter sido dado conhecimento prévio ao Conselho de Administração da TAP da atribuição dos prémios e dos critérios subjacentes a essa atribuição, não se revendo na conduta da Comissão Executiva que agiu em desrespeito dos deveres de colaboração institucional que lhe são conferidos", pode ler-se num comunicado da tutela a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
De acordo com a RTP, a reunião vai realizar-se ainda esta quinta-feira, às 16h00, e será presidida por Miguel Frasquilho.
A agência Lusa noticiou na terça-feira que a TAP pagou prémios de 1,171 milhões de euros a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores, apesar de no ano passado ter registado um prejuízo de 118 milhões de euros.
"Este procedimento por parte da Comissão Executiva da TAP constitui uma quebra da relação de confiança entre a Comissão Executiva e o maior acionista da TAP, o Estado português. O governo solicitou a convocatória, com carácter de urgência, de uma reunião do Conselho de Administração para esclarecimento de todo o processo e para análise do dever de informação a que estão obrigados nos termos do acordo parassocial e nos termos da legislação em vigor", pode ler-se no mesmo comunicado, do gabinete de Pedro Nuno Santos.
Estes prémios foram pagos com o salário de maio dos colaboradores e oscilam entre os 110 mil e pouco mais de mil euros.
Já esta quinta-feira, o presidente da Comissão Executiva da TAP, Antonoaldo Neves, lembrou que o programa de prémios implementado na empresa - que resultou de acordos com os sindicatos do setor - tem três componentes (empresa, departamentos e desempenho individual) e que a componente dos resultados da empresa não foi paga a nenhum trabalhador conforme previsto, uma vez que a empresa obteve prejuízo em 2018.