Numa análise em que fez a decomposição histórica do Produto Interno Bruto (PIB) e do crédito total das suas empresas associadas, a ASFAC considera que "os choques de oferta de crédito total ASFAC foram relevantes para a dinâmica do PIB em Portugal nas duas últimas décadas" e que o PIB teria tido "uma queda mais pronunciada não fora o crédito ASFAC".
Segundo a associação que representa empresas especializadas em crédito ao consumo, em particular a partir de final de 2014, "o aumento do crédito ASFAC encontra-se fortemente associado ao aumento do PIB".
O estudo divulgado conclui ainda que o crédito para compra de automóveis "tem efeitos maiores e mais persistentes sobre o PIB do que o crédito total ASFAC", sendo o impacto positivo significativo sobre o investimento e o consumo de bens duráveis.
Ainda noutra análise econométrica, a ASFAC concluiu que "1% de aumento inesperado e temporário no crédito ASFAC aumenta o PIB em 0,05%, após um ano, e em 0,1% após dois anos".
Já um aumento permanente de crédito, ao invés de transitório, tem um efeito sobre o PIB de 0,5% após dois anos, e de 1,15% após cinco anos, refere.
A ASFAC destaca que a oferta de crédito não tem efeito sobre o consumo privado, mas sobre o consumo de bens duráveis, o que considera "expectável" já que grande parte do crédito ao consumo é usado para compra de bens para a casa e para compra de automóveis.
A ASFAC diz que há ainda impacto positivo de um aumento da oferta de crédito ao consumo sobre "o número total de empregos e diminui a taxa de desemprego", visto que aumenta a procura agregada.
Já não encontra impacto quer nas exportações quer nas importações.
Depois da queda durante a crise, o crédito ao consumo tem vindo a recuperar desde 2013, sobretudo o destinado a compra de automóveis. Em 2018, o crédito ao consumo ascendeu a 7,4 mil milhões de euros.
Em Portugal, o crédito ao consumo representa um quinto do crédito total às famílias, sendo a maior fatia o crédito à habitação.
Sobre a taxa de juro média dos novos contratos de crédito ao consumo, diz a ASFAC que em média ficou dois pontos percentuais acima da média da zona euro, isto entre 2000 a 2018.