"A designação de produtos tóxicos não se aplica. E nem a de especulativo, uma vez que foram as empresas que pediram essa ajuda. Procurámos soluções de forma a acudir o pedido das empresas, não houve qualquer tentativa de ganho e os contratos foram celebrados nesse espírito", disse o adjunto do responsável Global da área de Fixed Income do BNP - PARIBAS, Corporate & Investement Banking, Henri Foch.
O responsável falava na comissão parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro ('swap') por Empresas do Setor Público, em resposta ao deputado do CDS-PP Helder Amaral sobre se o BNP "especulou e vendeu produtos que iam além da mera gestão do risco".
Henri Foch reforçou que o banco celebrou 11 'swap' com cinco empresas públicas portuguesas "a pedido dessas para cobrir taxas de juro variáveis".
"[As empresas] pretendiam garantir a sua dívida e converter a taxa de juro variável em fixa. Vieram ao BNP Paribas pedir ajuda para gerir essas taxas", afirmou.
Na sua intervenção inicial, também o representante e gerente da sucursal em Portugal do BNP, António Ladeira, frisou que "foram as empresas públicas" que os "abordaram sobre 'swap', o que implicou decisões de gestão".
António Ladeira sublinhou ainda que durante todas as fases de negociação, o banco adotou "uma postura de total cooperação, de forma a que as empresas pudessem tomar as melhores soluções possíveis" e "decisões de forma sustentada e adequada".
"Apresentámos as propostas com total transparência, incluindo toda a informação necessária, nomeadamente 'stress test' [testes de resistência], para saberem o risco que estavam a assumir. O nível de informação que prestámos aos nossos clientes foi integral e esclarecemos todas as perguntas", reforçou António Ladeira, em resposta ao deputado Helder Amaral.
António Ladeira disse ainda que o banco foi "sempre proativo no acompanhamento próximo e minucioso" com as empresas.