Portugal tem surpreendido pela positiva e estabilidade seria melhor
A gestora de ativos BlackRock considera que Portugal tem "surpreendido muito pela positiva nos últimos anos", tem sido "um país exemplar", e, com as eleições à porta, antecipa que "quanto mais estabilidade melhor para o país".
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Economia BlackRock
"Portugal tem-nos surpreendido muito pela positiva nos últimos anos. O decréscimo das 'yields' [juros] portuguesas foi muito mais acentuado do que nós poderíamos pensar, e falo aqui em nome da BlackRock, [...] e muitos investidores que investiram em dívida pública portuguesa obviamente que não se arrependem", afirmou hoje André Themudo, responsável pelo desenvolvimento de negócio da BlackRock em Portugal.
Num encontro com jornalistas, em Lisboa, o responsável da sociedade gestora de investimentos com maior volume de ativos sob gestão referiu ainda que "Portugal foi um exemplo a considerar no âmbito europeu, foi um país modelo, foi um país piloto em muitas das políticas que adotou", adiantando, contudo, que ainda há muito caminho pela frente.
Neste sentido, André Themudo chamou a atenção para a aproximação das eleições legislativas, marcadas para o início de outubro.
"A nossa visão é uma visão mais de continuidade. Achamos que quanto mais estabilidade melhor para o país, do ponto de vista de um investidor internacional como a BlackRock", afirmou.
O responsável da BlackRock acrescentou que, do ponto de vista da gestora norte-americana que tem muita presença na Europa, é mais vantajosa a inexistência de "transições muito bruscas entre Governo".
"Achamos que uma continuidade poderia ser um bom cenário para Portugal nos próximos anos, tendo em conta o ponto de vista de investidor internacional que nós somos", salientou.
No encontro com jornalistas, André Themudo apresentou as perspetivas da BlackRock para o segundo semestre de 2019.
A principal mudança no 'outlook' da gestora de ativos norte-americana é o facto de antecipar agora que as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e os fatores geopolíticos, nos quais se inclui o 'Brexit', serão o principal 'driver' (catalisador) para o crescimento económico e comportamentos dos mercados nos próximos trimestres.
Neste sentido, a BlackRock recomenda agora "uma postura de investimento ligeiramente mais defensiva" nas carteiras de investimento.
A gestora de ativos também prevê uma "mudança significativa nas políticas monetárias dos principais bancos centrais mundiais".
"Tanto a Reserva Federal norte-americana como o Banco Central Europeu (BCE) e até o Banco do Japão estão a tentar amortecer o abrandamento do crescimento económico e estão a tentar ganhar tempo e a prolongar este ciclo económico", afirmou André Themudo.
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