Sindicados requerem conciliação do Governo na negociação salarial
Os sindicatos envolvidos na definição do novo contrato coletivo de trabalho da indústria da cortiça já requereram ao Governo a conciliação do Ministério do Trabalho no processo negocial, revelou hoje a estrutura representativa dos trabalhadores.
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Economia Cortiça
Segundo revelou à agência Lusa a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), a medida deve-se ao facto de, "apesar de alguns avanços, as partes não conseguiram chegar a acordo em matéria de aumento salarial e nas restantes matérias propostas".
Em causa está um aumento remuneratório que os sindicatos querem de 20 euros mensais e que a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), representativa de 280 empresas do setor e de 80% da produção nacional, não pretende estender para além dos 17,45 euros.
Como no mês passado as reuniões entre sindicatos e APCOR chegaram a um impasse, os representantes dos trabalhadores anunciaram em 25 de julho que iam recorrer à arbitragem do Governo e, nos documentos enviados à tutela, acrescentaram agora um outro pedido.
"Solicitamos ainda o apoio técnico da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho [DGERT] relativamente a dados sociais, económicos e financeiros do sector corticeiro, designadamente os Relatórios Únicos, que podem apoiar muito a conciliação do processo", refere a FEVICCOM no requerimento a que a Lusa teve acesso.
A DGERT tem agora 10 dias para convocar as partes e dar início à conciliação, cujas reuniões negociais não deverão verificar-se antes de setembro.
Entre as medidas que os sindicatos querem ver satisfeitas incluem-se também: períodos de dispensa mais alargados para operárias com filhos em idade de amamentação ou aleitação, aumento da remuneração por trabalho em feriados, 25 dias de férias, um complemento à pensão por acidente laboral ou doença profissional e o pagamento de diuturnidades a todos os trabalhadores após três anos de serviço na mesma categoria.
Outra questão que vem gerando desacordo entre FEVICCOM e APCOR é relativo ao subsídio de alimentação, que os sindicatos querem ver aumentado de 5,55 para 6 euros diários, enquanto a APCOR propor apenas os 5,60 euros.
A posição da estrutura sindical é que os crescentes lucros da indústria corticeira devem refletir-se em melhores condições de vida para os seus cerca de 8.000 trabalhadores, enquanto a entidade patronal argumenta que os valores que propõe já se situam acima da média e que aumentos maiores colocarão em risco a sustentabilidade geral do setor.
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