À saída da reunião com o ministro Pedro Nuno Santos, o porta-voz do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) disse aos jornalistas que foram apresentadas ao governante propostas que têm agora de ser analisadas pela ANTRAM.
“Vamos ver se a ANTRAM vai registar alguma abertura”, começou por dizer Anacleto Rodrigues, explicando que, casa haja esta “abertura”, então serão os associados a decidir – em plenário a realizar no dia 10 de agosto – se a greve se mantém ou não.
O porta-voz do SIMM referiu ter deixado com o ministro “algumas propostas sobre as quais pende, ou não, a desconvocação da greve, mas passará sempre por aprovação dos nossos associados”.
Agora, disse Anacleto Rodrigues, é tempo de “aguardar tranquilamente” que a ANTRAM veja as propostas e tome uma decisão que satisfaça os motoristas e, consequentemente, os portugueses.
“Tem que ser a ANTRAM a mostrar abertura. Se virmos satisfeitos os pontos que demos conhecimento ao senhor ministro, admitimos retirar o pré-aviso de greve”, apontou, garantindo ter “tentado hoje encontrar uma solução” para que o país não volte a paralisar devido à greve.
À saída do encontro, o assessor jurídico do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, garantiu aos jornalistas que a greve vai manter-se até a ANTRAM apresentar "uma contraproposta" que, a concretizar-se, será votada a partir de "sexta-feira, num plenário".
"Estamos sempre disponíveis para desconvocar esta greve, só não estamos quando não há vontade da outra parte [ANTRAM]", sublinhou o antigo vice-presidente do SNMMP.
De acordo com este responsável sindical, na reunião de hoje foram apresentadas ao Governo as condições das quais os motoristas não abdicam para que seja desconvocada a greve.
"O senhor ministro ficou hoje com um conhecimento muito mais profundo do que estava em cima da mesa e mostrou grande abertura e compreensão por aquilo que os motoristas estão a reclamar", notou o responsável do SNMMP.
Já relativamente às "linhas vermelhas" definidas pelos motoristas, Pedro Pardal Henriques escusou-se a avançar detalhes.
"Sexta-feira é o prazo-limite para nos apresentarem uma contraproposta que, depois, será votada num plenário que temos antes da greve e será a última oportunidade para desconvocar esta greve. Não está nas mãos dos motoristas a desconvocação da greve", concluiu.