Fecho da base da Ryanair em Faro não afeta acessibilidade ao Algarve

O fecho da base da Ryanair em Faro em janeiro de 2020, anunciado na terça-feira, não vai pôr em causa a acessibilidade à região, disse hoje à agência Lusa o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
07/08/2019 09:28 ‧ 07/08/2019 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Economia

Turismo do Algarve

Contactado pela Lusa, o presidente do Turismo do Algarve disse que, a confirmar-se esta informação, a acessibilidade à região não vai ser afetada, uma vez que a operação da companhia aérea vai ser mantida.

O que, na opinião de João Fernandes, irá acontecer é um reajustamento das rotas, para que a tripulação da Ryanair não tenha de pernoitar em Faro, como acontece atualmente, mas "não está em causa a operação".

"Há no entanto a lamentar a perda de emprego qualificado na região", salientou João Fernandes, esclarecendo que há cerca de 100 trabalhadores da Ryanair fixados em Faro na altura do inverno e mais de 200 durante o verão.

O presidente do Turismo do Algarve relembrou que as companhias aéreas 'low cost' têm uma representação significativa no aeroporto da região.

Só a Ryanair representa "quase 30% do 'share' do aeroporto de Faro", segundo João Fernandes.

Perda de 100 postos de trabalho é "principal impacto" do fecho da Ryanair

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) considerou anunciada perda de 100 postos de trabalho no Algarve é o "principal impacto" do fecho da base da base da Ryanair em Faro para a região. Em declarações à Lusa, Jorge Botelho notou que a base da companhia aérea 'low cost' no Algarve permitia ter pessoas em permanência na região e lamentou a perda desses postos de trabalho, considerando que "não é positivo perder um só posto de trabalho na região".

Por seu turno, o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, disse à agência Lusa que as notícias que dão conta da intenção da companhia aérea irlandesa de fechar a base em Faro deve também levar as autoridades a serem "mais cautelosas" na atribuição de apoios para a fixação destas empresas na região.

"Vimos isto com preocupação, caso a notícia se venha a confirmar. O fim da base da Ryanair em Faro significa que, mais tarde ou mais cedo, apesar de a companhia continuar a afirmar que isso não afetará o número de voos [para Faro], na nossa perspetiva é óbvio que o número de voos , mais tarde ou mais cedo, será menor", afirmou o dirigente da associação empresarial hoteleira.

Elidérico Viegas acredita que, "havendo menos voos, haverá menos turistas e menos passageiros" no Algarve e esta perspetiva é vista "com alguma preocupação, independentemente de, passado algum tempo, como acontece com estas situações, os passageiros acabarem por se diluir por outras companhias aéreas".

"Mas é uma muito má notícia para o Algarve", frisou.

Afinal, o que se passou?

Na terça-feira, recorde-se, a Ryanair comunicou, em Faro, que vai encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020 e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora mantenha os voos, revelou à Lusa a presidente do sindicato dos tripulantes.

A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, disse que uma diretora de recursos humanos da Ryanair esteve em Faro para anunciar o encerramento.

A sindicalista participou numa reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), em Lisboa, para discutir os serviços mínimos para a greve que irá decorrer na Ryanair de 21 a 25 de agosto.

"Foi-nos dito na DGERT que não seria bem encerrar [a operação], ou seja, a base fecha, mas os voos continuam a ser feitos", salientou Luciana Passo, lembrando que a Ryanair tinha já "avisado que ia reduzir o número de pilotos e tripulantes".

A companhia de aviação avançou detalhes em relação a este assunto, depois de o seu presidente executivo, Michael O'Leary, ter exposto os planos de reestruturação num vídeo enviado aos trabalhadores, em que pede "desculpa" pelas "más notícias".

Na segunda-feira, Michael O'Leary informou que o lucro da transportadora aérea caiu 21% no primeiro semestre do exercício fiscal, para 243 milhões de euros, face a idêntico período do ano fiscal anterior.

 

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