Em informação enviada à Lusa, a estrutura sindical mostrou imagens do inquérito, que pede aos tripulantes que assinalem os dias em que planeiam aderir à paralisação e refere que, caso não haja resposta, presumem que farão greve.
No mesmo inquérito, a companhia aérea dá ainda a possibilidade aos trabalhadores que não estavam escalados nos dias da greve de se apresentarem "para minimizar as perturbações aos clientes".
O SNPVAC considera esta atitude "ilegal".
No texto do inquérito, a Ryanair considera a paralisação "desnecessária e injustificada", referindo que já concordou com um acordo de empresa que estabelece "aumentos" e contratos para 150 trabalhadores, além de "pagamentos separados no Natal e no verão" (subsídios).
A companhia aérea 'low cost' (de baixo custo) pediu uma resposta até segunda-feira, dia 12 de agosto, às 09:00.
A Lusa contactou a Ryanair e aguarda uma resposta.
No ano passado, o SNPVAC denunciou uma situação semelhante, acusando a companhia aérea de "coagir" tripulantes em Portugal, Itália, Espanha e Bélgica ao querer saber se participariam na greve do final do mês de julho de 2018.
"Os tripulantes nos quatro países em que foi feito o pré-aviso de greve estão a receber um 'e-mail' com um inquérito para fazerem 'online' para a Ryanair ficar a saber se fazem greve ou não", disse, em declarações à agência Lusa, nessa altura, a presidente do SNPVAC, Luciana Passo.
O SNPVAC entregou no dia 01 de agosto um pré-aviso de greve dos tripulantes de cabine da Ryanair entre 21 e 25 de agosto, exigindo o cumprimento da legislação laboral portuguesa.
Na base deste pré-aviso de greve está, segundo referiu o SNPVAC em comunicado, o facto de a Ryanair continuar a "incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce".
O sindicato acusa ainda a empresa de se recusar a considerar o total do período de tempo de serviço prestado através dos contratos de trabalho celebrados com as agências Crewlink e Workforce e de tentar impor um novo vínculo contratual precário, em vez de uma transição para o quadro de efetivos.
A Ryanair comunicou esta semana, numa reunião com os tripulantes em Faro, que pretendia encerrar a sua base nesta cidade, ameaçando 100 postos de trabalho.