O vice-presidente e advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse, esta terça-feira, que os serviços mínimos estão a ser cumpridos, ainda que com uma "pistola apontada à cabeça", referindo-se ao facto de ter sido aprovada a requisição civil.
"Os serviços mínimos foram cumpridos ontem e hoje estão a ser cumpridos. A única diferença é que ontem foram cumpridos de forma normal, hoje continuam a ser cumpridos com uma pistola apontada à cabeça pelos senhores ministros que vieram dizer que ou estas pessoas trabalham ou então podem incorrer em pena de prisão até dois anos", adiantou o advogado, em declarações transmitidas pela TVI24.
Em causa, sublinhe-se, está o facto de o Governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, a requisição civil parcial dos motoristas, obrigando-os, deste modo, a cumprir os serviços mínimos decretados.
Na base desta decisão esteve o facto de o Executivo ter notado um incumprimento dos serviços mínimos, em especial a partir da hora do almoço de segunda-feira. Questionado sobre esse mesmo incumprimento, Pardal Henriques atribuiu a culpa a uma desoganização das escalas.
"As escalas são feitas pelas empresas, o sindicato não teve acesso às escalas. O que prejudicou foi o facto de estas pessoas só trabalharem oito horas, metade do que é habitual (...) todos os serviços mínimos foram cumpridos e se existem trapalhadas na organização a culpa não é dos sindicatos. Não nos enviaram as escalas, escalaram 100% dos trabalhadores como se não houvesse greve", afirmou.
Todos os trabalhadores a trabalhar... mas só oito horas
Todos os motoristas de matérias perigosas estão hoje a trabalhar, no segundo dia de greve e primeiro em que funciona a requisição civil decretada na segunda-feira pelo Governo, garantiu o representante sindical destes trabalhadores.
"Estão 100% dos trabalhadores a trabalhar", afirmou o porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, em Aveiras de Cima, Lisboa, à porta da sede da CLC - Companhia Logística de Combustíveis.
"Neste momento, o que se passa é uma greve de zelo e o Governo é conivente", referiu o vice-presidente do sindicato, explicando que os motoristas não irão fazer horas extraordinárias, estando a cumprir as oito horas regulamentares de trabalho.
"Isto quer dizer que fazem cerca de metade das horas normais", portanto "é normal que os serviços mínimos representem metade do serviço normal", adiantou.
Ainda assim, Pardal Henriques considera que, "aos poucos, os postos de abastecimento vão ficar vazios".
Os motoristas cumprem hoje o segundo dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.