"Estamos a trabalhar e a cumprir os serviços mínimos, tal como aconteceu ontem [terça-feira], e já comuniquei ao sindicato que não vou dizer aos restantes colegas para não garantirem os serviços mínimos porque em Sines foi imposta uma requisição civil", afirmou Carlos Bonito.
A situação em Sines, no distrito de Setúbal, contrasta com a decisão hoje anunciada pelo porta-voz do sindicato dos motoristas de matérias perigosas, segundo o qual os trabalhadores não vão cumprir serviços mínimos nem a requisição civil, em solidariedade para com os colegas que foram notificados por não terem trabalhado na terça-feira.
"Em solidariedade para com os seus colegas [que foram notificados], ninguém vai sair daqui hoje", assegurou Pedro Pardal Henriques, hoje de manhã em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa.
"Ninguém vai cumprir nem serviços mínimos nem requisição civil, não vão fazer absolutamente nada", sublinhou o também assessor jurídico Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
Na refinaria da Petrogal em Matosinhos, ninguém "está a carregar ou a descarregar" combustível e nenhum motorista está a cumprir os serviços mínimos, segundo disse hoje à Lusa Manuel Mendes, um dos coordenadores do Norte do sindicato dos motoristas de matérias perigosas.
No entanto, em Sines, o coordenador do Sul do sindicato garantiu à Lusa que "os motoristas estão todos a trabalhar hoje e a cumprir os serviços mínimos" e que assim se "vão manter" para "acatar a requisição civil" declarada para a zona.
"Temos uma requisição em Sines e não vou transmitir aos colegas para não acatarem a lei. Agora, se algum motorista entender que deve parar e não cumprir os serviços mínimos está no seu direito", acrescentou.
Desde as primeiras horas do dia de hoje que viaturas, conduzidas por motoristas, com um dístico a informar "Motoristas a cumprir os Serviços Mínimos", saem e entram com normalidade da refinaria de Sines.
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse na terça-feira que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo na greve dos motoristas.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o terceiro dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.