O ministro do ambiente, Matos Fernandes, anunciou, esta quarta-feira, que foi registado um "caso de incumprimento da requisição civil que é o transporte de Loulé para o Aeroporto e Faro", que está agora a ser assegurado por "seis equipas" da GNR. Sobre os serviços mínimos generalizados diz que a avaliação será feita no final do dia, admitindo que a requisição civil poderá ser alargada nessa altura.
"Se logo a tarde [constatarmos que] não foram cumpridos os serviços mínimos será alargada a requisição civil", disse Matos Fernandes. Questionado sobre a possibilidade de haver trabalhadores que não estão a responder à requisição civil, o ministro diz que "incumprir a requisição civil é um crime de desobediência".
Estas declarações vêm confirmar a notícia avançada pelo Notícias ao Minuto ao início da manhã, a dar conta que os serviços mínimos estavam a ser cumpridos, apesar do apelo do sindicato.
Aliás, segundo os números adiantados por Matos Fernandes, em Aveiro a produtividade é de 100%, em Leça da Palmeira estão a ser cumpridos os serviços mínimos e Sines está a registar uma produtividade na ordem dos 73%, sob requisição civil. Em Aveiras verifica-se uma produtividade de 30%, "abaixo da exigência dos serviços mínimos", mas esta é uma situação que o Governo espere que se altere até ao final do dia, destacou Matos Fernandes.
"A manhã começou bem, os serviços mínimos estavam a ser cumpridos, é verdade que foi muito perturbadora a declaração do advogado [Pedro Pardal Henriques] a dizer que não se deviam cumprir aos serviços mínimos", apontou, no seguimento das declarações do assessor jurídico do sindicato dos motoristas das matérias perigosas, ao início desta manhã.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, já tinha admitido, esta quarta-feira, que um eventual incumprimento dos serviços mínimos pelos motoristas de matérias perigosas obrigaria o Governo a decretar a requisição civil nas regiões onde ainda não o fez.
A greve dos motoristas de matérias perigosas foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
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