No ramo da sustentabilidade, o ato de comprar um determinado produto é como se fosse um 'voto'. Por isso, as marcas da indústria da moda lutam pela angariação de mais votos, ao mesmo tempo que lidam com a concorrência e, ainda, por atenção nas redes sociais, como escreve a Bloomberg.
Isto porque numa altura em que as questões ambientais preocupam, cada vez mais, os consumidores, as marcas também estão mais voltadas para reduzir a sua pegada ambiental. Só dessa forma conseguem conquistar o 'voto' dos compradores. E não só.
"Reguladores, consumidores e cada vez mais os investidores estão a fazer dos critérios sócio-ambientais uma bandeira de alerta importante", disse Mario Ortelli, consultor do mercado de luxo em Londres, à agência de notícias.
Até onde é que as marcas estão dispostas a ir? Há vários exemplos hoje em dia de marcas que deixaram de utilizar a pele de animais no fabrico dos seus produtos, tais como a Armani ou a Versace. Também a Burberry prometeu deixar de queimar os seus produtos que não eram vendidos - algo que era feito para manter a exclusividade - e abandonou a utilização de pele de animais.
Vários consumidores - e até mesmo documentários - têm alertado para as consequências da indústria da moda e da mão-de-obra barata para o ambiente. O público mais jovem, neste aspeto, tem sido mais exigente. De acordo com a Bloomberg, os jovens evitam cada vez mais comprar ou utilizar produtos "origem infeliz".
Escreve ainda a agência de notícias que a Kering, dona da Saint Laurent, Gucci e Balenciaga, está na mira dos críticos, uma vez que se posicionou como líder no desenvolvimento de medidas sustentáveis para o setor, mas levou pessoas de todo o mundo em jatos para o seu mais recente desfile, poluindo o ambiente.
Ainda assim, sublinhe-se, a Kering questiona os seus fornecedores sobre a origem dos materiais, impõe padrões rigorosos ambiental e animal, ao mesmo tempo que os bónus atribuídos aos responsáveis da empresa andam a par do cumprimento de medidas sustentáveis.