De acordo com o Índice Pipeline Imobiliário (IPI), indicador que mede a evolução do volume de novos projetos de promoção imobiliária residencial em carteira, o volume de obras de habitação (em área) que entrou em licenciamento em Portugal aumentou 11% no segundo trimestre.
"Trata-se do registo mais baixo desde início de 2015, momento a partir do qual o 'pipeline' residencial tem observado um ciclo de forte crescimento, com aumentos homólogos quase sempre entre os 30% e os 50%, e que veio inverter o período de praticamente congelamento do lançamento de novos projetos residenciais sentido entre 2011 (ano base do índice) e 2014", refere a Confidencial Imobiliário.
"Não obstante, desde o final de 2014, quando esta atividade atinge o seu ponto mais baixo, o 'pipeline' residencial no país já cresceu 400%", adianta.
"O aumento da oferta responde, de forma direta, à valorização do mercado. E, estando o mercado já a antecipar um novo período de alguma estabilização no crescimento dos preços, é expectável que vamos assistindo a uma perda de ritmo no lançamento de novos projetos residenciais", afirma o diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, citado em comunicado.
"Além disso, não podemos esquecer-nos que o ponto de partida para estes crescimentos prévios de 30% a 50% era bastante baixo e que nos dois últimos anos tem havido um forte aumento do investimento em promoção imobiliária residencial", acrescenta.
A Área Metropolitana (AM) de Lisboa "parece ser a primeira a reagir a esta tendência, observando uma queda de 4% no lançamento de novos projetos de habitação no 2.º trimestre de 2019 (em termos homólogos), culminando, assim, o ciclo de desaceleração que se faz sentir desde meados de 2018", refere a Confidencial Imobiliário.
"Já na Área Metropolitana do Porto, o 'pipeline' residencial aumentou 56% no mesmo período, o crescimento mais forte dos últimos anos. Acontece, contudo, que enquanto na AM Lisboa, as taxas de variação homólogas se têm situado predominantemente acima dos 65% desde 2017, no Porto, não tinham até ido muito além dos 45%", salienta.