EUA impõem domingo novas tarifas aduaneiras sobre produtos chineses
O Presidente dos EUA, Donald Trump, descartou na noite de sexta-feira a ideia de adiar tarifas adicionais sobre cerca de 300 mil milhões de euros de importações da China, que entram em vigor a partir de domingo, de acordo com o Departamento de Comércio.
© Lusa
Economia Guerra comercial
Donald Trump chegou a admitir adiar a imposição de novas tarifas aduaneiras para janeiro de 2020 - pressionado por organizações de comércio norte-americanas, preocupadas com o efeito da medida na época de compras natalícia -- mas na noite de sexta-feira anunciou que as sanções entrarão mesmo em vigor no domingo.
A partir de domingo, cerca de 300 mil milhões de euros de mercadorias oriundas da China terão de pagar mais 15% de taxas alfandegárias, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estado Unidos.
Perante esta medida, Pequim deverá reagir, como tinha anunciado em julho, aumentando as tarifas adicionais em cerca de 70 mil milhões de euros de produtos importados dos Estados Unidos, também a partir de domingo, mas a confirmação desta resposta ainda não foi divulgada pelo Governo chinês.
Esta é mais uma etapa na escalada de imposições tarifas aduaneiras na guerra comercial entre os EUA e a China, que se prolonga desde março de 2018, apesar das inúmeras rondas de negociações entre os dois países.
Em declarações aos jornalistas, Donald Trump confirmou hoje o anúncio das medidas, com uma única frase e sem mais comentários: "Estão validadas".
As taxas adicionais abrangem uma gama muito vasta de produtos, em especial no setor alimentar (pulpa de tomate, carne de bovino cortada, enchidos de porco, frutas, legumes, leite, queijo, especiarias, gelados, etc.).
Alguns artigos desportivos, como tacos de golfe, pranchas de surf ou bicicletas, instrumentos musicais, roupas desportivas, móveis, pratos ou até cadeiras para crianças também serão taxados adicionalmente, de acordo com a lista oficial revelada pelo Departamento de Comércio.
Esta lista explica a preocupação de várias associantes de comerciantes que tinham feito chegar a Donald Trump o alerta sobre o impacto das novas taxas nos preços dos produtos que adquiridos na época de compras natalícia, com repercussões nas vendas de lojistas.
Sexta-feira, o Presidente Republicano desvalorizou estes apelos, dizendo que partem de empresas que não se souberam preparar para o novo cenário comercial mundial.
"As empresas fracas e mal direcionadas atiram as culpas para estas pequenas tarifas, em vez de culparem a sua má gestão. (...) São apenas desculpas", afirmou Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter.
No final da cimeira do G7, que decorreu no passado fim-de-semana, na cidade francesa de Biarritz, Donald Trump disse acreditar que a guerra comercial com a China terá um desfecho "em breve", dizendo que a China compreenderá que está a ser mais prejudicada do que os EUA, neste conflito, o que levará a um acordo comercial.
Ao longo da semana, dirigentes chineses e norte-americanos anunciaram que novas reuniões para tentar travar a escalada de tarifas, mas não deram datas para esses encontros.
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