Aumentar vida útil de equipamentos reduziria emissões de carbono
O aumento da vida útil dos telemóveis e outros dispositivos eletrónicos em apenas um ano economizaria à União Europeia tantas emissões de carbono como retirar dois milhões de carros das estradas anualmente, defendeu hoje a associação ambientalista Zero.
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Citando dados de um relatório do European Environmental Bureau (EEB), de que faz parte, a Zero sustenta que estender em cinco anos a vida de ´smartphones´, computadores portáteis, máquinas de lavar e aspiradores equivale, em termos técnicos, a "tirar de circulação todos os carros em Portugal".
De acordo com a associação, os resultados foram apurados por um conjunto de cientistas que analisaram os benefícios climáticos de tornar estes equipamentos mais duráveis.
"Estender em cinco anos a vida útil desses produtos comercializados na União Europeia economizaria quase 10 milhões de toneladas de emissões (CO2eq) anualmente até 2030", defende a Zero, em comunicado.
A estimativas indicam que a medida equivaleria a retirar das estradas cinco milhões de carros por ano, "aproximadamente o mesmo número de automóveis em circulação em Portugal".
Os ambientalistas alertam que o impacto climático das chamadas fases de não uso é "muitas vezes negligenciado" na política de produtos, com a legislação "focada na redução de energia necessária para alimentar" os equipamentos, sem contabilizar a produção.
A produção de ´smartphones´ tem o maior impacto climático entre os produtos analisados, segundo os dados apresentados, sendo que na Europa a vida útil média destes equipamentos é de três anos. As vendas anuais atingem quase 211 milhões de unidades.
Já os computadores portáteis duram em média seis anos e as máquinas de lavar roupa e aspiradores 11,4 e 6,5 anos, respetivamente, nas contas divulgadas pela Zero.
"Embora seja difícil avaliar se as empresas estão a reduzir propositadamente a vida útil dos equipamentos eletrónicos, a proporção de dispositivos defeituosos substituídos pelos consumidores aumentou 3,5% em 2004 para 8% em 2012", escreve a Zero.
A associação considera que a Europa não pode cumprir as suas obrigações climáticas sem abordar os padrões de produção e consumo.
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