Portugal vai reembolsar credores europeus na quinta-feira
A presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), Cristina Casalinho, afirmou hoje que os reembolsos antecipados dos empréstimos europeus não apresentam as mesmas vantagens que os reembolsos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
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Economia Troika
"Ao contrário do empréstimo do FMI, que tinha condições estruturais que favoreciam o reembolso antecipado, um pouco por causa da arquitetura do projeto europeu, os empréstimos europeus não estão formatados de forma a agilizar reembolsos antecipados, são processos mais complexos, e não têm vantagens tão esmagadoras quanto os empréstimos do FMI tinham", disse Cristina Casalinho.
A presidente do IGCP respondia aos jornalistas à margem do Seminário Internacional "Mercados de dívida pública -- Desafios num quadro de aprofundamento da UEM", que decorre no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa.
Na semana passada, a Lusa noticiou que Portugal iria pagar esta semana, entre os dias 15 e 17, o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pelos empréstimos concedidos durante a intervenção da 'troika'.
Aos jornalistas, a presidente do IGCP especificou hoje que o reembolso ocorrerá em 17 de outubro (quinta-feira).
Questionada sobre se há condições para mais pagamentos antecipados dos empréstimos europeus, Cristina Casalinho respondeu que "pode haver condições", adiantando tratar-se, sobretudo, de uma decisão política.
Cristina Casalinho explicou que os empréstimos europeus a Portugal "foram concebidos numa fase da crise ainda relativamente recente", na qual "os instrumentos de gestão da crise que a Europa dispunha não estavam ainda totalmente desenvolvidos".
"Há aqui algumas deficiências de construção que provavelmente levam a que a decisão de reembolsos antecipados seja mais complexa do que a que presidiu aos reembolsos ao FMI", disse, adiantando que tem a ver com a forma como os reembolsos são feitos e que se trata de estruturas e construções legais diferentes.
"Cada caso [reembolso antecipado] tem de ser pensado de forma casuística e a abordagem adotada no caso dos empréstimos ao FMI não pode ser transposta de forma automática para o caso dos empréstimos europeus", explicou Cristina Casalinho.
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