Euronext diz que redução de horário das bolsas é "assunto delicado"
A Euronext afirmou hoje à Lusa que a redução do horário de negociações das bolsas europeias, pedida pela banca de investimento, é um "assunto delicado", mas manifestou-se "disponível para iniciar um diálogo com todos os participantes no mercado".
© Reuters
Economia Euronext
"A Euronext está disponível para iniciar um diálogo com todos os participantes no mercado, incluindo empresas cotadas, membros do mercado, bem como com a comunidade de gestão de ativos", afirmou hoje à Lusa fonte oficial da Euronext, a propósito da notícia avançada pelo Cinco Dias, de que a banca de investimento pediu às bolsas europeias uma redução do horário de funcionamento em 90 minutos.
A mesma fonte referiu também que, não obstante a disponibilidade para dialogar, trata-se de "um assunto delicado que envolve a qualidade do mercado, a qualidade de vida, bem como a competitividade da Europa no que respeita à cobertura relativa às diferenças horárias ('time zone')".
Está ainda em causa "a cadeia de valor da negociação e vários outros aspetos, os quais, sem exceção, merecem a nossa séria consideração e interação nos dois sentidos, com o ecossistema financeiro", frisou ainda a Euronext.
O Cinco Dias noticia hoje que os bancos de investimento enviaram uma carta às bolsas europeias onde pedem uma redução de 90 minutos do horário de funcionamento.
Segundo a mesma fonte, os operadores do setor de gestão de investimentos e do setor bancário, representados pela Associação de Mercados Financeiros da Europa (AFME) e a Associação de Investidores (IA), pediram à Bolsa de Londres e a outras bolsas europeias (não identificadas) que revejam os horários de negociação em todo o continente.
O objetivo é reduzir o atual horário em 90 minutos, o que no caso da Bolsa de Lisboa significaria que o horário passaria das atuais 08:00 às 16:30 para o intervalo entre as 09:00 e as 16:00.
Numa carta conjunta dirigida à Bolsa de Londres e outros operadores europeus, as duas associações solicitam uma revisão dos horários de funcionamento dos mercados de ações em toda a Europa.
Na missiva, as associações explicam que esta redução de 90 minutos no horário de funcionamento das bolsas contribuiria para "mercados mais eficientes, que beneficiariam os aforradores e investidores".
"Atualmente, a primeira hora de negociação geralmente atrai pouca liquidez", sendo "um horário mais caro para operar, enquanto a última hora atrai cerca de 35% do volume diário total", indica a carta.
A missiva refere ainda que a alteração do horário concentraria a liquidez, o que iria acarretar custos de negociação mais consistentes e daria mais tempo às operadoras e ao próprio mercado para assimilar e digerir comunicados de empresas.
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