"Se esse for o caso, claro que sim, mas não me parece que seja muito provável que isso aconteça, porque se tornou menos possível haver uma saída sem acordo" do Reino Unido da União Europeia (UE), declarou o diretor do ESM (sigla em inglês de European Stability Mechanism).
Falando num encontro com jornalistas na sede do ESM, no Luxemburgo, Klaus Regling admitiu que o risco de um 'Brexit' desordenado "não foi totalmente excluído, mas a probabilidade é hoje menor do que há dois ou três meses".
Outro motivo pelo qual o ESM não prevê intervenção na UE em caso de um 'no deal' é a situação económica dos 27 países, de acordo com o responsável: "Os nossos Estados-membros, hoje em dia, também estão muito robustos".
"Mesmo um país que poderia ser mais afetado pelo 'Brexit', a Irlanda, está muito bem", exemplificou Klaus Regling.
O responsável notou que "a Irlanda foi um dos países que necessitou de assistência, que começou em 2010 e durou três anos, mas usou o programa do ESM muito bem".
"Tem registado um elevado crescimento [...] e o desemprego está hoje a níveis anteriores à crise", assinalou.
Segundo Klaus Regling, a Irlanda "está tão forte que podia resistir mesmo a um 'Brexit' duro sem a ajuda do ESM".
"Mas se for preciso, estamos preparados para prestar esse apoio" aos Estados-membros da UE, adiantou.
O Reino Unido tinha previsto sair da UE em 31 de outubro, mas acabou por aceitar um novo prolongamento até 31 de janeiro.