Em declarações à Lusa, Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE CN), disse que a paralisação regista uma "adesão fortíssima" na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, e em Vila Velha de Rodão, Castelo Branco, onde ambas as unidades industriais de produção de papel "estão paradas".
O dirigente sindical frisou ainda que em Setúbal "há duas máquinas de papel paradas", estando a unidade de pasta de papel "a produzir alguma pasta".
Já na unidade de Cacia, distrito de Aveiro, Paulo Ferreira disse não dispor de dados sobre a paralisação, mas admitiu que esta tenha ficado "aquém" do esperado pelos sindicatos.
"Em termos de papel o impacto é fortíssimo, o valor económico da pasta é muito menor que do que o do papel", acrescentou o dirigente do SITE CN, apontando ainda como "dado relevante" ser a primeira vez que decorre "uma luta conjunta e comum na mesma altura" nas quatro unidades industriais do grupo Navigator.
"Isto mostra que plano de carreiras [uma das reivindicações dos grevistas] é abrangente e para todos", frisou.
Sobre as expetativas para os próximos três dias da paralisação, Paulo Ferreira afirmou que os sindicatos esperam que a greve "se mantenha assim até ao fim", admitindo que enquanto a greve durar a administração do grupo Navigator não irá negociar com os trabalhadores.
"Não é prática comum da empresa fazê-lo, mas a luta é para manter", observou o sindicalista.
Por seu turno, fonte oficial da The Navigator Company disse à Lusa que na fábrica de Aveiro "não há nenhum trabalhador em greve" e que "duas das três fábricas de papel de Setúbal estão a funcionar", não indicando, no entanto, dados sobre a situação das unidades da Figueira da Foz e Vila Velha de Rodão.
"As fábricas de pasta estão a trabalhar normalmente, nas áreas corporativas mais de 95% das pessoas estão a trabalhar e grande parte das áreas de energia estão a laborar de forma regular", acrescentou a mesma fonte.
A Navigator reafirma que "não encontra justificação para esta greve", lembrando que a empresa "reduziu o horário de trabalho de 40 para 39 horas semanais em 2019 e para as 38 horas semanais a partir de 2020".
Um fundo de pensões garantido a todos os seus trabalhadores e prémios de performance de mais de 80 milhões de euros atribuídos aos seus colaboradores nos últimos cinco anos são outros dos argumentos do grupo empresarial para contestar a paralisação.
"Também importa referir que 58% dos colaboradores foram promovidos em termos de progressão na carreira nos últimos quatro anos", acrescentou a fonte da Navigator.
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