O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) reuniu hoje, no Porto, com a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) para discutir os serviços mínimos, tendo havia uma nova tentativa para chegar a acordo.
Em declarações à Lusa, o coordenador do STRUN, José Manuel Silva, revelou que a proposta de pagamento de dois meses de retroativos foi novamente colocada em cima da mesa pela ANTROP, mas, tal como da primeira vez, foi rejeitada pelo sindicato que reclama o pagamento de 300 euros, "30 euros por mês, desde fevereiro, mais o subsídio de férias".
Na terça-feira, o presidente da ANTROP, Luís Cabaço Martins, afirmou que aceitar este pagamento seria desrespeitar os outros sindicatos, mas admitiu, "no limite" uma solução de compromisso, como por exemplo o pagamento de um mês de retroativos.
"Não fazia sentido agora pagar os retroativos desde fevereiro quando tiveram a oportunidade de assinar o acordo e não o fizeram", declarou Luís Cabaço Martins.
"Esta greve é absurda. É um sindicato que rejeita aumentos salariais. É ridículo", referiu, garantindo não ser verdade que a ANTROP faltou ao acordado.
De acordo com um comunicado da STRUN, a greve é para ser feita às folgas e feriados, assim como nos restantes dias às duas primeiras e últimas horas de cada dia, entre as 00:00 do dia 02 de dezembro e as 24:00 de 01 de janeiro de 2020.
Segundo o sindicato, no dia 09 de novembro decorreu mais uma reunião de negociações com a ANTROP, "onde depois de se ter obtido consenso em quase todas as matérias, veio, por fim, a ANTROP dar o dito por não dito no que diz respeito aos retroativos a atribuir aos trabalhadores".
O STRUN adianta no mesmo documento que inicialmente a ANTROP afirmou que, caso chegassem a acordo, "aplicaria os retroativos a todos os associados desde fevereiro", mas, mais tarde "veio dizer que apenas paga a partir da assinatura do acordo".
Na referida reunião foi possível chegar a acordo em matérias como o "agente único", as diuturnidades ou as horas noturnas. Contudo, no que respeita à subida da disponibilidade para quatro horas e à não acumulação do subsídio de alimentação com a refeição em deslocado, foi possível chegar a um entendimento.
"Como podem verificar, o acordo estava praticamente feito. A ANTROP, no final, é que roeu a corda no que diz respeito ao pagamento dos retroativos como estava acordado", refere ainda o STRUN no comunicado.