"Preparar o amanhã no turismo, tal como noutros setores, implica visão sistémica e interação dos vários setores da economia. Se antevemos hoje alterações de ciclo, então é altura de estarmos alinhados quanto ao caminho que vamos percorrer, cooperar mais e inovar melhor. É a hora de colocar a fasquia da qualidade mais alta para os próximos dez anos", considera Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República dirigiu-se, assim, numa mensagem escrita aos cerca de 450 congressistas presentes no 31.º Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que começou hoje em Viana do Castelo, sob o tema "Portugal: Preparar o Amanhã".
O Presidente da República disse ainda, na mesma mensagem, ter "a certeza de que - no turismo e em toda a economia - o Estado, os agentes económicos e a sociedade no seu todo saberão responder com confiança e sempre com esperança em Portugal".
A mensagem sobre a necessidade de cooperação na definição da estratégia do turismo para os próximos dez anos foi também já abordada na semana passada pelo presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), no final do congresso desta associação, no Funchal, que apelou para que as associações dos vários segmentos do turismo se "unam como um todo" e se "empenhem num trabalho de matriz comum".
"Este é o espírito da nossa associação e este é, também, o grande desafio que se ergue perante todos nós. APAVT, AHRESP [Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal], APECATE [Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos], ALEP [Associação do Alojamento Local em Portugal], AHP [Associação da Hotelaria de Portugal], CTP [Confederação do Turismo de Portugal], entre tantas outras, não bastará mais focarmo-nos no que não está bem e nos penaliza", disse o presidente da APAVT.
Nesta mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda que em 2016, também numa comunicação dirigida ao congresso da AHP, formulou o tema da "necessidade de reflexão sobre a sustentabilidade do crescimento no setor", referindo-se ao "contexto de elevada notoriedade da imagem do país que, sendo motivo de satisfação coletiva, não deve gerar excessivas ilusões".
"Hoje faz ainda mais sentido esta reflexão, perante um cenário real de abrandamento económico na Europa", reforçou o Presidente da República.
Sobre a necessidade de preparar o futuro do setor, o chefe de Estado diz que "as respostas são dadas, em parte, nos temas escolhidos nos painéis deste congresso", mas que "as respostas passam também" - voltando a recordar o que transmitiu em 2016 - "pela aposta em segmentos e nichos que permitem subir na cadeia de valor, pela oferta diferenciada com bons conteúdos, por exemplo, na oferta cultural, pela preservação do que é genuíno e autêntico" no património nacional e pela preocupação das políticas públicas e da ação dos agentes privados coma coesão territorial e social do país". A "capacidade de redescobrir e valorizar rotas e territórios" também deve ser contemplada nessa busca de estratégia, acrescentou.
Até sexta-feira, no congresso da AHP, a maior associação hoteleira nacional, debatem-se temas como "Crescer a Norte", "A Convergência Ibérica", "O Investimento Hoteleiro em Portugal" e "A Transformação da Indústria da Aviação".
*** A jornalista viajou a convite da AHP ***