A percentagem de pessoas em risco de pobreza reduziu-se, mas apenas ligeiramente, para 17,2% no ano passado, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), esta terça-feira. Os dados resultam de um inquérito realizado este ano sobre rendimentos do ano anterior, ou seja, de 2018. As pessoas em risco de pobreza são as que vivem com menos de 501 euros por mês.
"O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2019 sobre rendimentos do ano anterior, indica que 17,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2018, menos 0,1 ponto percentual (p.p.) que em 2017", pode ler-se no relatório do INE.
De acordo com a agência de estatísticas esta ligeira redução ficou a dever-se à diminuição entre os mais novos e idosos: os menores de 18 anos de 19% em 2017 para 18,5% em 2018 e a população idosa de 17,7% para 17,3%.
"Apesar da redução do risco de pobreza infantil, em 2018 a presença das crianças num agregado familiar continuava a estar associada a um risco de pobreza acrescido, sobretudo no caso dos agregados constituídos por um adulto com pelo menos uma criança dependente (33,9%) e naqueles constituídos por dois adultos com três ou mais crianças dependentes (30,2%)", pode ler-se no relatório da agência de estatísticas.
O primeiro-ministro, António Costa, disse no fim de semana que aguardava "com otimismo e confiança" os dados sobre o rendimento e condições de vida agora divulgados pelo INE, mas admitindo ser ainda necessário "um enorme esforço" para erradicação da pobreza em Portugal.
O INE explica ainda que são consideradas pessoas em risco de pobreza as que vivem com rendimentos inferiores a 6.014 euros anuais, ou seja, 501 euros por mês. Este valor é, no entanto, superior em 34 euros ao do ano passado.