Menos de metade das empresas de media aumentou receitas em 2018

Menos de metade (42%) das empresas proprietárias de órgãos de comunicação social apresentou, em 2018, um aumento de receitas, mas 69% tiveram lucros, revela uma análise ao setor da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), divulgada hoje.

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Lusa
03/12/2019 19:08 ‧ 03/12/2019 por Lusa

Economia

ERC

Segundo a "análise económico-financeira do setor de media em Portugal 2018" da ERC, as empresas que mais contribuíram para o fraco desempenho das receitas em 2018 foram as de rádio e publicações.

Porém, tendo em conta um grupo composto pelas maiores empresas do setor dos media, verificou-se que 62% registaram aumentos de receitas que, em média, foram de 6,9% no ano passado.

A análise do regulador conclui, por outro lado, que 69% das empresas proprietárias de órgãos de comunicação social apresentaram resultados líquidos positivos em 2018 assim como 74% obtiveram EBITDA (Resultados Operacionais ou Resultados Antes de Custos Financeiros, Impostos, Depreciações e Amortizações) também positivos.

"A alavancagem permaneceu elevada, uma vez que a proporção de capitais próprios em relação aos ativos continuou abaixo dos 50% na grande maioria das empresas", afirma a ERC.

"Esta evidência é mais flagrante quando se autonomiza do todo o grupo das maiores empresas do setor, em que a proporção de capitais próprios no ativo foi, em média, de 39%, o que significa que 61% do ativo foi financiado com capitais alheios", continua o regulador.

De acordo com a ERC, "o panorama é muito diversificado" em termos de rentabilidade dos capitais próprios, em que a média do grupo de empresas maiores foi de 12%.

"Da análise conduzida pela ERC constata-se que 37% dos proprietários de órgãos de comunicação social têm como principal atividade económica outra que não a de comunicação social", avança a entidade reguladora.

No documento, a ERC salienta ainda que as empresas de media são, na generalidade, de pequena dimensão, com 51% das entidades que reportaram indicadores financeiros relativos à atividade de comunicação social a apresentarem um ativo inferior a 100 mil euros.

"São vários os desafios com que se deparam as empresas de comunicação social, resultado da consolidação de novas formas de consumo e distribuição de conteúdos suportadas pelo desenvolvimento da infraestrutura digital, fixa, móvel e convergente, e das novas tecnologias over-the-top (OTT)", conclui a autoridade.

A dispersão da publicidade, nomeadamente na internet e a redução do seu preço "afeta diretamente uma das principais fontes de receita dos órgãos de comunicação social".

"A identificação e o foco em nichos de mercado com produção e distribuição de conteúdos direcionada, a par de uma gestão de custos eficiente, poderão ser os caminhos a seguir", defende a ERC.

Segundo o documento, em 31 de dezembro de 2018, existiam ativas no setor 1.770 publicações periódicas, 267 empresas jornalísticas, 293 operadores de radiodifusão, 87 serviços de programas distribuídos exclusivamente pela internet, 25 operadores televisivos, nove operadores de distribuição de televisão e uma empresa noticiosa.

 

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