"Começam a aparecer os primeiros produtos no mercado. Alguns dos nossos associados já têm essa oferta", disse José Galamba de Oliveira, presidente da APS, em declarações à agência Lusa, na quinta-feira, à margem da conferência anual da associação sobre o tema "Idade nunca vem só: como responder aos desafios da vida", em Lisboa.
O presidente da APS respondia quando questionado sobre os dois seguros exigidos aos inquilinos -- o de danos no imóvel e o de renda -- no âmbito do programa de arrendamento acessível, em vigor desde 01 de julho de 2019.
Em declarações à Lusa, António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, aludiu, na semana passada, à dificuldade dos inquilinos em encontrarem estes produtos no mercado.
"Para fazer os contratos no programa de arrendamento acessível são necessários três seguros, um do senhorio e dois para os inquilinos, mas as companhias de seguros não estão para aí viradas porque o tipo de inquilino que procura o arrendamento acessível é o que tem menos possibilidades [financeiras]", referiu António Frias Marques, acrescentando que os senhorios que têm casas neste programa acabam por ser aconselhados a exigir uma caução e um fiador ao inquilino.
"Parece uma coisa trágico-cómica", adiantou.
À Lusa, o presidente da APS referiu que, "obviamente as seguradoras, ao disponibilizarem esta oferta, estão também a assumir riscos e responsabilidades que querem medir bem e, portanto, houve aqui algum tempo que foi necessário para colocar os produtos no mercado", frisando que "este tipo de novos produtos obriga a estudos técnicos".
José Galamba de Oliveira adiantou ainda que se trata de produtos que precisam de regulação e da aprovação pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.
"Portanto, não é 'num dia' que se conseguem disponibilizar este tipo de produtos. Mas a oferta já está no mercado, numa ou noutra seguradora, e seguramente vamos ver mais seguradoras no futuro a disponibilizar produtos desse tipo", salientou.