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Mobiliário português adapta-se aos gostos dos clientes de luxo

O mobiliário português está a adaptar-se aos gostos dos clientes de luxo espalhados pelo mundo, adaptando-se aos pedidos feitos à medida, quer seja uma mesa de pingue-pongue ou um armário de oito metros para caber num iate.

Mobiliário português adapta-se aos gostos dos clientes de luxo
Notícias ao Minuto

22:34 - 17/01/20 por Lusa

Economia Mobiliário

O conceito é o 'bespoke', ou seja, pedidos à medida feitos para clientes exigentes que procuram o móvel exato para colocar num sítio especial e, na feira internacional Maison & Objet, em Paris, que começou hoje, muitas empresas portuguesas apostam neste conceito virado para o mercado de luxo.

"Já fizemos peças loucas, mesmo para casas privadas. Estamos a fazer um projeto em que o cliente nos pede mesas de pingue-pongue. Também nos pediram para fazer uma sala de cinema", revelou Marco Costa, diretor criativo e CEO da marca de mobiliário Boca do Lobo, em declarações à agência Lusa.

A Boca do Lobo, sediada em Rio Tinto (Porto), é uma marca de mobiliário para um segmento de luxo, onde a peça mais barata pode custar 1.000 euros e as encomendas especiais podem ir até aos 50 ou 60 mil euros.

Estes pedidos especiais dos clientes vão ao encontro da estética da marca, que apresenta peças únicas que misturam madeiras e metais, mas também são desafios para os 'designers'.

"Gosto da parte do 'bespoke' e da costumização, porque dá para aprender coisas novas e que não são o nosso dia a dia. Fizemos recentemente um 'buffet' de azulejos de oito metros para um iate que ainda está em construção em Itália. Aí tivemos de adicionar a mais alta tecnologia com que nunca tínhamos trabalhado", referiu Marco Costa.

Se a Boca do Lobo está nesta feira na capital francesa desde 2009, outras empresas estão a chegar, mas mantendo esta atenção ao gosto do cliente. A Salma participa pela primeira vez neste salão, mas o trabalho à medida é algo que já faz desde a criação da marca, em 2013.

"Fazemos mobiliário, iluminação, estofos e tudo isso à medida. É isso que o cliente quer, tudo à medida e às vezes com o desenho dos próprios clientes e tudo pode ser personalizado. Esse é o nosso nicho", disse Paula Morgado, CEO da Salma, cuja fábrica se situa na região de Aveiro.

Segundo a administradora desta marca, que faturou 400 mil euros em 2018, esta é uma vantagem dos portugueses face aos espanhóis ou até aos italianos que se apresentam em salões deste género.

Mas a personalização excessiva pode prejudicar algumas marcas. A Paulo Antunes chegou a este salão internacional há 12 anos e, desde então, tem sido presença assídua, mas este ano tem um gosto especial.

"Este ano celebramos o regresso da marca. Antes tínhamos coleção, mas o que nos surgiu foi a hotelaria e restaurantes que queriam coisas costumizadas e entrámos na onda, fez-nos crescer. Agora trazemos um estilo simples, mas para quem quer qualidade", referiu Paulo Antunes, administrador da marca.

A Paulo Antunes procura agora um equilíbrio entre o design simples e os pedidos dos clientes espalhados por todo o mundo.

"A França foi o grande mercado para nós, que nos ajudou a crescer. O nosso grande mercado agora é a Rússia e também a Inglaterra. A Alemanha está a crescer, porque os alemães apreciam os nossos detalhes", explicou o administrador desta empresa sediada em Amares, distrito de Braga, que faturou dois milhões de euros em 2018 e tem fábrica própria.

A Rússia é uma constante para o mercado de mobiliário português. Apesar de se realizar em Paris, esta feira atrai clientes vindos de todo o mundo já que 45% dos mais de 80 mil visitantes que aqui passam são oriundos do estrangeiro.

"Estamos satisfeitos com os clientes que temos, mas temos um objetivo que é os Emirados Árabes Unidos, que ainda não trabalhamos e queremos trabalhar", afirmou Paula Morgado.

Com destaques consecutivos neste salão - um armário em azulejo tradicional português foi escolhido para peça destaque desta edição da feira -, a Boca do Lobo, que como marca faturou cerca de sete milhões de euros em 2018, viu-se obrigada a alargar a oferta que se centra muito na sala de estar através de outras marcas, criando assim a 'Covet House'.

"A Boca do Lobo é uma marca com muita procura, mas nem todos têm capacidade para comprar. Fomos percebendo que estávamos a ganhar uma carteira grande de clientes e começámos a ter uma oferta mais integrada", indicou o CEO da Boca do Lobo, mencionando a criação de marcas para quartos e até casas de banho.

Esta edição da Maison & Objet, que termina na terça-feira, conta com a participação de 115 empresas portuguesas, muitas delas especializadas no setor do mobiliário, mas também no têxtil e na decoração.

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